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Zora Seljan

Zora Seljan
Pseudônimo(s)Zora Seljan Braga
Nascimento7 de dezembro de 1918
Ouro Preto
 Brasil
Morte26 de abril de 2006 (87 anos)
Rio de Janeiro, RJ
 Brasil
NacionalidadeBrasileira
Filho(a)(s)Roberto Braga
OcupaçãoEscritora, jornalista e teatróloga
Assinatura
Assinatura de Zora Seljan

Zora Seljan (Ouro Preto, 7 de dezembro de 1918 - Rio de Janeiro, 26 de abril de 2006[1]) foi uma teatróloga, romancista, cronista, colunista e crítica de teatro brasileira.

Estudiosa do folclore brasileiro foi especialista em cultura afro. Foi crítica de teatro dos jornais O Globo, O Dia e Diretrizes, de Samuel Wainer. Ela também criou o Teatro dos Orixás e escreveu peças como "As três mulheres de Xangô", "Iansã, a guerreira", "As águas de Oxalá" e "Exu, cavaleiro da encruzilhada". Foi casada com o escritor Antônio Olinto[2] e também com Rubem Braga.[3] Formada em Ciências Econômicas pela USP e em Ensaística pela Universidade de Columbia, Estados Unidos, em 1965. Na Universidade de Lagos, Nigéria, onde residiu por dois anos, Zora foi leitora de Literatura Portuguesa e Brasileira. Zora também fundou o Conjunto Folclórico Oxumarê.

Seu primeiro casamento foi com o escritor, jornalista e cronista Rubem Braga, com quem teve um filho, Roberto.

Por sua atuação política durante a ditadura Vargas, tendo sido membro atuante da Aliança Nacional Libertadora em Belo Horizonte, foi alvo de investigações do Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS. Chegou a ser detida em duas ocasiões. Na segunda delas, estava com o filho Roberto no colo. Ele também foi conduzido à Delegacia.[4]

Como jornalista, Zora escreveu sobre vários assuntos literários, folclóricos, econômicos e políticos. Foi a primeira jornalista sul-americana a visitar os países da Cortina de Ferro (Rússia e países da União Soviética). Após essa viagem escreveu "E vi as democracias populares", publicado em 1951, após a Segunda Guerra Mundial. Dos escritos de seu pai, o etnógrafo croata Stevo Seljan, tirou material para escrever artigos sobre o que foi a invasão da Itália na Abissínia,. Após a guerra, acompanhou o então marido, Antonio Olinto, em missão cultural para a Nigéria iniciando suas pesquisas sobre os costumes, cultura e artes africanas e usou o teatro para transmitir suas descobertas.

A obra de Zora é uma das excelentes fontes para a divulgação de nossa brasilidade e serve para incentivar novas pesquisas. Em 1958 publicou a peça "Três mulheres de Xangô". Em 1978, reeditou essa peça e outras sendo todas precedidas de capítulo introdutório com detalhamento de como deverá ser feita a montagem teatral de cada uma, mas também esclarecimentos sobre cada personagem, danças, músicas e cenários. Sobre esse trabalho a autora falou: "Meus personagens são Deuses que se manifestam dançando. Que se dê aos orixás a mesma vitalidade dos deuses olímpicos"."[5] Morreu de falência múltipla dos órgãos, no Hospital Israelita da Tijuca, e foi sepultada no Panteão da ABL, no Cemitério de São João Batista, por ser esposa do acadêmico Antônio Olinto, ocupante da cadeira nº 8 da ABL.

Publicações

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  • "Três mulheres de Xangô" (1958)
  • "Exu, cavaleiro da encruzilhada (1958)
  • "As moças dos corpos cheirosos" (1959)
  • "A donzela Teodora" (1959)
  • "Os negrinhos" (1960)
  • "Eu vi as democracias populares (1951)
  • "A educação na Nigéria" (1966)
  • "A demanda de Dom Domingo" (1985)
  • "Folclore, História de Oxalá" (1965)
  • "Iemanjá e suas lendas" (1967)
  • "Iemanjá, mães dos Orixás" (1972)

Demais gêneros

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  • "O livro de Fusilico: viagem ao rio Paraná" (1952)
  • "João Minhoca: a história dos bonecos contadores de história" (1952)
  • "O Verbo" (1961, Antologia brasileira de ficção científica)
  • "No Brasil, ainda tem gente de minha cor" (1978)
  • "Contos de encantamento" (1979)
  • "Contos do amanhã" (1979)
  • "O navio do sol e outras histórias" (1979)
  • "São Vicente Ferrer, santo prodigioso" (1980)

Referências

Ligações externas

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