Júlio Ribeiro

 Nota: Se procura o publicitário brasileiro, veja Júlio César Ribeiro.
Júlio Ribeiro
Júlio Ribeiro
Nome completo Júlio César Ribeiro Vaughan
Nascimento 16 de abril de 1845
Sabará, Minas Gerais
Morte 1 de novembro de 1890 (45 anos)
Santos, São Paulo
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: D. Maria Francisco Ribeiro Vaughan
Pai: George Washington Vaughan
Ocupação escritor
gramático
Magnum opus A Carne (1888)
Escola/tradição Realismo
Naturalismo
Religião presbiterianismo[1]

Júlio César Ribeiro Vaughan (Sabará, 16 de abril de 1845 – Santos, 1 de novembro de 1890) foi um escritor e gramático brasileiro.

Foi o criador da bandeira do estado de São Paulo, concebida em 1888 para ser a bandeira da república. Foi escolhido para o patronato da cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras por seus membros fundadores.

Biografia

Júlio Ribeiro foi casado com Belisária Pinheiro Ribeiro e teve uma filha chamada Maria Júlia Pinheiro Ribeiro. O verdadeiro nome de sua filha era Maria Francisca, mas foi mudado para Maria Júlia pela mãe, após a morte de Júlio, em sua homenagem.[2] Maria Júlia foi casada com o professor Albertino Pinheiro, com quem teve a filha Elsie Pinheiro.

Escritor e engajado

Polêmico, abolicionista, anticlerical e representante do naturalismo, movimento fundado pelo francês Émile Zola.

A Carne, publicado em 1888, é seu romance mais conhecido, possivelmente a sua obra-prima. Conta a ardente paixão entre a jovem Lenita e o engenheiro de meia-idade Manuel, filho do coronel Barbosa. O livro provocou escândalo por abordar temas até então ignorados pela literatura da época, como amor livre, divórcio e um novo papel da mulher na sociedade. Definitivamente, é um livro sobre a sexualidade humana.

Por sua importância em sua época, foi eleito pela Academia Brasileira de Letras, com o Patronato da Cadeira 24, por escolha de seu primeiro ocupante, Garcia Redondo.

Família

Júlio Ribeiro deu início a uma dinastia de escritores. É avô da escritora e cronista Elsie Lessa, bisavô dos escritores e cronistas Ivan Lessa e Sérgio Pinheiro Lopes, e trisavô da escritora Juliana Foster.

Bandeira de São Paulo

Atual bandeira do estado de São Paulo.
Ver artigo principal: bandeira de São Paulo

Júlio Ribeiro propôs em 16 de julho de 1888, logo após a Abolição da Escravatura, a atual bandeira de São Paulo para ser a bandeira do Brasil, sendo parte da sua campanha pela República[3].

Obras

  • O Padre Belchior de Pontes (romance em 2 volumes, 1867 / 1868)
  • Grammatica Portugueza (1881)
  • Cartas sertanejas (1885)
  • A Carne (1888)
  • Uma polêmica célebre (1934)

Cronologia

  • 1845 - Nasce Júlio César Ribeiro Vaughan, filho do norte-americano George Washington Vaughan e de D. Maria Francisco Ribeiro Vaughan, em 10 de abril, no município de Sabará, em Minas Gerais.
  • 1862 - Vai para o Rio de Janeiro e ingressa na Escola Militar.
  • 1865 - Abandona a Escola Militar e dirige-se para São Paulo, dedicando-se ao magistério livre.
  • 1867/1868 - Publica o seu primeiro romance, intitulado O Padre Belchior de Pontes.
  • 1870 - Funda e dirige, em Sorocaba, o jornal O Sorocabano.
  • 1877 - Publica, no Almanaque de São Paulo, Os fenícios no Brasil.
  • 1880 - Colabora no jornal Gazeta do Povo e publica Traços Gerais de Linguística.
  • 1881 - Publica a Gramática Portuguesa.
  • 1885 - Publica Cartas Sertanejas.
  • 1887 - Procelárias e Holmer Brasileiro ou Gramática de Puerícia, tradução da Introduction to English Grammar, de G. F. Holmer.
  • 1888 - Sai o romance A Carne. Júlio Ribeiro começa a responder as ofensas a ele dirigidas pelo padre Senna Freitas, dando origem à disputa através dos jornais, mais tarde reunida em volume sob o título Uma Polêmica Célebre.
  • 1890 - Morre tuberculoso, em Santos, aos 45 anos de idade.

Referências

  1. Ivanilson Bezerra Silva (11 de janeiro de 2012). «Júlio Ribeiro: leitura sobre a trajetória de um intelectual maçom e protestante na cidade de Sorocaba na segunda metade do século XIX» (pdf). Portal de Periódicos da UNIVILLE. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  2. RIBEIRO, Júlio. A Carne, Ateliê Editorial. Apresentação e notas de Marcelo Bulhões.
  3. FEDERICI, Hilton. Símbolos Paulistas: estudo histórico-heráldico. São Paulo: Secretaria de Cultura, Comissão de Geografia e História, 1981.
  • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo : Global.
  • RIBEIRO, Júlio (1938). A Carne. Rio de Janeiro/ São Paulo/ Belo Horizonte: Livraria Francisco Alves. [S.l.: s.n.] ISBN n.c. 15ª edição Verifique |isbn= (ajuda) 

Ligações externas

  • «Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras» 
  • Biografia de Júlio Ribeiro

Precedido por
ABL - patrono da cadeira 24
Sucedido por
Garcia Redondo
(fundador)
  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10
1 (Adelino Fontoura)
2 (Álvares de Azevedo)
3 (Artur de Oliveira)
4 (Basílio da Gama)
5 (Bernardo Guimarães)
6 (Casimiro de Abreu)
7 (Castro Alves)
8 (Cláudio Manuel da Costa)
9 (Gonçalves de Magalhães)
10 (Evaristo da Veiga)
Cadeiras 11 a 20
11 (Fagundes Varella)
12 (França Júnior)
13 (Francisco Otaviano)
14 (Franklin Távora)
15 (Gonçalves Dias)
16 (Gregório de Matos)
17 (Hipólito da Costa)
18 (João Francisco Lisboa)
19 (Joaquim Caetano)
20 (Joaquim Manuel de Macedo)
Cadeiras 21 a 30
21 (Joaquim Serra)
22 (José Bonifácio)
23 (José de Alencar)
24 (Júlio Ribeiro)
25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
31 (Pedro Luís)
32 (Manuel de Araújo Porto-Alegre)
33 (Raul Pompeia)
34 (Sousa Caldas)
35 (Tavares Bastos)
36 (Teófilo Dias)
37 (Tomás António Gonzaga)
38 (Tobias Barreto)
39 (Visconde de Porto Seguro)
40 (Visconde do Rio Branco)
  • Portal da Literatura
  • Academias de letras do Brasil
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Wikisource Textos originais no Wikisource
  • Wikisource
  • Wikiquote
  • Portal da Academia Brasileira de Letras
  • Portal da literatura
Controle de autoridade