Waly Salomão

Waly Salomão
OMC
Waly Salomão
Nome completo Waly Dias Salomão
Pseudónimo(s) Waly Sailormoon
Nascimento 3 de setembro de 1943
Jequié
Morte 5 de maio de 2003 (59 anos)
Rio de Janeiro
Ocupação Poeta
Movimento literário Geração beat / Tropicalismo
Magnum opus Poesia total (2014)

Waly Dias Salomão (Jequié, 3 de setembro de 1943 — Rio de Janeiro, 5 de maio de 2003) foi um poeta brasileiro.[1]

Biografia

Waly Salomão e Luciano Figueiredo.

Era o quinto de sete filhos de um imigrante sírio com uma sertaneja. Formou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia em 1967, mas nunca exerceu a profissão. Cursou a Escola de Teatro da mesma universidade (1963-1964) e estudou inglês na Columbia University, Nova York (1974-1975). Na década de 1960, participou do movimento tropicalista.[2] Foi também uma figura importante da contracultura no Brasil, nos anos 1970.[3] Atuou em diversas áreas da cultura brasileira. Seu primeiro livro foi Me segura qu'eu vou dar um troço, de 1972. Em 1997, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura com o livro de poesia Algaravias. Seu último livro foi Pescados Vivos, publicado em 2004, após sua morte.

Foi letrista de canções de sucesso, como Vapor Barato, em parceria com Jards Macalé. Amigo do poeta Torquato Neto, editou seu único livro, Os Últimos Dias de Paupéria, lançado postumamente. Suas canções foram interpretadas por Maria Bethânia, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, Gal Costa e O Rappa, entre outros.

Nos anos 1990, Waly Salomão produziu dois trabalhos de Cássia Eller: Veneno AntiMonotonia (1997) e Veneno Vivo (1998).

Trabalhou no Ministério da Cultura, como Secretário Nacional do Livro, na gestão de Gilberto Gil, no início de seu mandato.[4] Uma de suas propostas era a inclusão de um livro na cesta básica.[5]

Em 2003, atuou como personagem principal no filme Gregório de Matos sob a direção de Ana Carolina. O filme narra a vida do poeta Gregório de Matos, na Bahia século XVII. Com sua obra, o poeta anuncia o perfil tenso e dividido do povo brasileiro e satiriza os poderosos da época, que passam a combatê-lo até transformar sua vida em um verdadeiro inferno.[6]

Morreu em 5 de maio de 2003, vítima de um tumor no intestino.[7]

Em 2010, recebeu homenagem do Grupo Cultural AfroReggae, do qual foi coordenador executivo ao lado do idealizador do projeto José Junior. A sede do Grupo, que passou por reforma e se tornou um prédio de quatro andares, com salas de dança, música, dois estúdios, aulas e oficinas gratuitas, foi batizado como Centro Cultural Waly Salomão. Um amante das favelas, ele ensinou como quebrar paradigmas, preconceitos e dizia que o AfroReggae era um cardume do qual ele fazia parte.

Obras

  • Me segura qu'eu vou dar um troço (1972) - como Waly Sailormoon;
  • Do lado de dentro (1982);
  • Gigolô de bibelôs, ou, Surrupiador de souvenirs, ou, Defeito de fábrica (1983);
  • Armarinho de miudezas (1993);
  • Algaravias: câmara de ecos (1996);
  • Hélio Oiticica : qual é o parangolé? e outros escritos (1996);
  • Lábia (1998);
  • Tarifa de embarque (2000);
  • O Mel do Melhor (2001);
  • Pescados vivos (póstumo, 2004);
  • Armarinho de miudezas (póstumo, 2005);
  • Babilaques : alguns cristais clivados (póstumo, 2007);
  • Poesia total (póstumo, 2014)

Referências

  1. Morre no Rio Waly Salomão, poeta e secretário nacional do Livro Folha OnLine, 05/05/2003, acesso em 12 de julho de 2009.
  2. Saiba mais sobre Waly Salomão Folha OnLine, 05/05/2003, acesso em 9 de julho de 2009.
  3. Biografia
  4. A poesia no poder. Entrevista de Wally Salomão a Heloisa Buarque de Hollanda.
  5. Waly Salomão: a fabricação da poesia, por Liz Maria Teles de Sá Almeida.
  6. Trecho do filme Gregório de Matos, de Ana Carolina.
  7. «Morre no RJ, aos 59 anos, o poeta Waly Salomão». Terra. 5 de maio de 2003. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  • v
  • d
  • e
Prêmio Jabuti - Poesia (1959 - 2020)
1959 – 1969

1959: José Paulo Moreira da Fonseca 1960: Sosigenes Costa 1961: Cassiano Ricardo 1962: Mário da Silva Brito 1963: Mário Chamie 1964: Cecília Meireles 1965: Cassiano Ricardo 1966: Carlos Soule do Amaral • 1967: João Cabral de Melo Neto 1968: Carlos Drummond de Andrade 1969: Stella Carr Ribeiro

1970 – 1979
1980 – 1989

1980: Sebastião Uchoa Leite 1981: Rubens Rodrigues Filho 1982: Francisco Alvim 1983: Orides Fontela 1984: Hilda Hilst 1985: Alphonsus de Guimaraens Filho 1986: Armando Freitas Filho 1987: Ilka Brunhilde Laurito 1988: Antonio Fernando de Franceschi • 1989: Francisco Alvim Alice Ruiz

1990 – 1999

1990: Manoel de Barros 1991: Affonso Ávila 1992: Carlito Azevedo 1993: Arnaldo Antunes Moacyr Amâncio • Carlos Drummond de Andrade Inês O. Depré, Haroldo de Campos João Cabral de Melo Neto 1994: Vinicius de Moraes Rubem Braga Frederico Barbosa • Marina Colasanti 1995: Ivan Junqueira Bruno Tolentino Paulo Leminski 1996: Leonardo Fróes Renata Pallottini Dora Ferreira da Silva 1997: Waly Salomão • Thiago de Mello Carlos Drummond de Andrade Cecília Meireles A. B. Mendes Cadaxa • 1998: Alberto da Costa e Silva Reynaldo Valinho Alvarez • Marly de Oliveira 1999: Haroldo de Campos Gerardo Melo Mourão Salgado Maranhão

2000 – 2009

2000: Thiago de Mello Moacyr Félix • Ferreira Gullar 2001: Anderson Braga Horta Lêdo Ivo Alberto da Costa e Silva 2002: Claudia Roquette Pinto • Thiago de Mello Ivo Barroso 2003: Bruno Tolentino Geraldo Melo Mourão Marcus Accioly 2004: Alexei Bueno Marco Lucchesi Alphonsus de Guimaraens Filho Armando Freitas Filho 2005: Dora Ferreira da Silva Neide Archanjo • Artur Eduardo Benevides Antonio Risério, Frederico Barbosa • 2006: Affonso Romano de Sant'Anna Ruy Espinheira Filho Domingos Pellegrini 2007: Affonso Ávila Neide Archanjo • Armando Freitas Filho Bruno Tolentino (In Memorian) • 2008: Ivan Junqueira Marcus Vinicius Quiroga • Paulo Fernando Henriques Britto • 2009: Alice Ruiz Viviana Bosi • Eucanaã Ferraz Reynaldo Bessa

2010 – presente

2010: Marina Colasanti Reynaldo Jardim Silveira • Armando Freitas Filho 2011: Ferreira Gullar Gilberto Mendonça Teles Ricardo Aleixo 2012: Maria Lúcia Dal Farra Zulmira Ribeiro Tavares Josely Vianna Baptista • 2013: Ademir Assunção Glauco Mattoso Antonio Cicero 2014: Horácio Costa Marcus Vinicius Quiroga • Zuca Sardan 2015: Alexandre Guarnieri Marco Lucchesi Manoel Herzog • 2016: Arnaldo Antunes Salgado Maranhão Leonardo Aldrovandi • 2017: Simone Brantes Luci Collin Daniel Francoy • 2018: Mailson Furtado Viana 2019: Hilda Machado 2020: Cida Pedrosa

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