Salgado Maranhão

Salgado Maranhão
Nome completo José Salgado Santos
Nascimento 1953 (71 anos)
Caxias, Maranhão, Brasil
Residência Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasil Brasileira
Alma mater Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Ocupação Poeta, letrista
Prémios União Brasileira de Escritores (1998)
Prêmio Jabuti de Literatura (1999)

Prêmio ABL de Poesia (2011)

José Salgado Santos, ou simplesmente Salgado Maranhão (Caxias, 1953) é um poeta e compositor brasileiro maranhense que nasceu no povoado de Canabrava das Moças, e desde cedo auxiliou os pais na lavoura. Foi alfabetizado tardiamente aos 15 anos. E o gosto pela poesia veio com os trovadores e as rodas de viola que eram feitas em sua casa, confessou o poeta, que aos 20 anos se mudaria definitivamente para o Rio de Janeiro. Antes passou pelo Piauí, Teresina, onde conheceu o poeta tropicalista Torquato Neto e de quem recebeu o nome poético de batismo Salgado Maranhão.

É membro da Academia Maranhense de Letras, tendo sido eleito em 27 de março de 2024 para a Cadeira 07, patroneada por Gentil Braga. Recebeu 32 dos 35 votos válidos, passando a ser o 5 ocupante da referida cadeira. [1]

Biografia

José Salgado Santos é filho temporão do comerciante Moacyr dos Santos Costa e da camponesa Raimunda Salgado dos Santos. O poeta se define como uma mistura de “casa-grande com senzala”, uma vez que o pai pertencia à elite maranhense e a mãe era descendente de escravos. Terminaria sendo criado pela mãe, que se separou do marido afirmando que tinha uma missão com o filho.

O município de Caxias, no Maranhão, onde nasceu, também serviu de berço para autores como Gonçalves Dias e Coelho Neto.

No Rio de Janeiro, chega a 9 de abril de 1973, e passa a estudar Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica, curso que nunca chegara a concluir.

Compositor-letrista, possui mais de 50 músicas gravadas por vários artistas como Amelinha, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Paulinho da Viola, Rosa Marya Colin, Vital Farias, Zizi Possi, Ivan Lins.

Como poeta afirma não ganhar dinheiro com poesia, mas já foi traduzido para o inglês, alemão, italiano, francês, sueco, e em breve, japonês. Vive de palestras que ministra pelo Brasil e mundo a fora. Já esteve a convite em mais de 50 universidades americanas como Harvard e Yale, onde sua poesia virou objeto de estudo.

"Nos EUA, um livro de poemas pode valer como uma monografia. Aqui [no Brasil] você faz um curso de letras

e não sai poeta. Ao contrário, às vezes você embota." - Salgado Maranhão

Em 1999, recebeu com o livro "Mural de Ventos" o Prêmio Jabuti, o maior prêmio literário do Brasil.[2] Venceu em 2011 com o livro A cor da palavra,o prêmio da Academia Brasileira de Letras, na categoria poesia. Em 2016, o mais novo livro "Ópera de Nãos" foi premiado pelo Prêmio Jabuti, lhe concedendo o segundo título desta premiação na sua carreira[3].

Obras

  • Ebulição da Escrivatura (antologia poética, 1978);
  • Encontros com a Civilização Brasileira (poemas e ensaios)
  • Aboio ou a Saga do Nordestino em Busca da Terra Prometida (cordel, 1984);
  • Os Punhos da Serpente (1989)
  • Palávora (1985)
  • O Beijo da Fera (1996)
  • Mural de Ventos (1998, Prêmio Jabuti 1999)
  • Sol sanguineo(2002)
  • Solo de gaveta(2005)
  • A pelagem da tigra (2009)
  • A Cor da Palavra (2010)
  • Ópera de Nãos (2015, Prêmio Jabuti 2016)
  • Avessos avulsos (2016)
  • A sagração dos lobos (2017)
  • A casca mítica (2019)
  • Pedra de encantaria (2021)
  • A voz que vem dos poros (antologia poética, 2023)

Referências

  1. Pedro Sobrinho (27 de março de 2024). «Salgado Maranhão na Academia Maranhense de Letras». imirante.com. Consultado em 22 de abril de 2024 
  2. Luiz Romero Lima. Literatura Piauiense. Gráfica Ibiapina, Teresina, 2000.
  3. «Premiados 58º Jabuti 2016». 2016. Consultado em 26 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 29 de agosto de 2014 

3. QUEVEDO, Rafael Campos. A lavra e o livro. Ensaio sobre a lírica de Salgado Maranhão & Antologia poética. Itabuna: Mondrongo, 2023.

  • v
  • d
  • e
Prêmio Jabuti - Poesia (1959 - 2020)
1959 – 1969

1959: José Paulo Moreira da Fonseca 1960: Sosigenes Costa 1961: Cassiano Ricardo 1962: Mário da Silva Brito 1963: Mário Chamie 1964: Cecília Meireles 1965: Cassiano Ricardo 1966: Carlos Soule do Amaral • 1967: João Cabral de Melo Neto 1968: Carlos Drummond de Andrade 1969: Stella Carr Ribeiro

1970 – 1979
1980 – 1989

1980: Sebastião Uchoa Leite 1981: Rubens Rodrigues Filho 1982: Francisco Alvim 1983: Orides Fontela 1984: Hilda Hilst 1985: Alphonsus de Guimaraens Filho 1986: Armando Freitas Filho 1987: Ilka Brunhilde Laurito 1988: Antonio Fernando de Franceschi • 1989: Francisco Alvim Alice Ruiz

1990 – 1999

1990: Manoel de Barros 1991: Affonso Ávila 1992: Carlito Azevedo 1993: Arnaldo Antunes Moacyr Amâncio • Carlos Drummond de Andrade Inês O. Depré, Haroldo de Campos João Cabral de Melo Neto 1994: Vinicius de Moraes Rubem Braga Frederico Barbosa • Marina Colasanti 1995: Ivan Junqueira Bruno Tolentino Paulo Leminski 1996: Leonardo Fróes Renata Pallottini Dora Ferreira da Silva 1997: Waly Salomão Thiago de Mello Carlos Drummond de Andrade Cecília Meireles A. B. Mendes Cadaxa • 1998: Alberto da Costa e Silva Reynaldo Valinho Alvarez • Marly de Oliveira 1999: Haroldo de Campos Gerardo Melo Mourão Salgado Maranhão

2000 – 2009

2000: Thiago de Mello Moacyr Félix • Ferreira Gullar 2001: Anderson Braga Horta Lêdo Ivo Alberto da Costa e Silva 2002: Claudia Roquette Pinto • Thiago de Mello Ivo Barroso 2003: Bruno Tolentino Geraldo Melo Mourão Marcus Accioly 2004: Alexei Bueno Marco Lucchesi Alphonsus de Guimaraens Filho Armando Freitas Filho 2005: Dora Ferreira da Silva Neide Archanjo • Artur Eduardo Benevides Antonio Risério, Frederico Barbosa • 2006: Affonso Romano de Sant'Anna Ruy Espinheira Filho Domingos Pellegrini 2007: Affonso Ávila Neide Archanjo • Armando Freitas Filho Bruno Tolentino (In Memorian) • 2008: Ivan Junqueira Marcus Vinicius Quiroga • Paulo Fernando Henriques Britto • 2009: Alice Ruiz Viviana Bosi • Eucanaã Ferraz Reynaldo Bessa

2010 – presente

2010: Marina Colasanti Reynaldo Jardim Silveira • Armando Freitas Filho 2011: Ferreira Gullar Gilberto Mendonça Teles Ricardo Aleixo 2012: Maria Lúcia Dal Farra Zulmira Ribeiro Tavares Josely Vianna Baptista • 2013: Ademir Assunção Glauco Mattoso Antonio Cicero 2014: Horácio Costa Marcus Vinicius Quiroga • Zuca Sardan 2015: Alexandre Guarnieri Marco Lucchesi Manoel Herzog • 2016: Arnaldo Antunes Salgado Maranhão • Leonardo Aldrovandi • 2017: Simone Brantes Luci Collin Daniel Francoy • 2018: Mailson Furtado Viana 2019: Hilda Machado 2020: Cida Pedrosa


Precedido por
Antônio Carlos Gomes Lima
AML - 5 ocupante da cadeira 7
2024-presente
Sucedido por
Ícone de esboço Este artigo sobre um escritor do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • Portal da literatura