Cida Pedrosa

Cida Pedrosa
Cida Pedrosa
Nome completo Maria Aparecida Pedrosa Bezerra
Nascimento 18 de outubro de 1963 (60 anos)
Bodocó, Pernambuco, Brasil
Nacionalidade brasileira
Educação Faculdade de Direito do Recife
Ocupação poetisa, advogada, vereadora do Recife
Prêmios Prêmio Jabuti 2020 (Livro do Ano e Livro de Poesia)
Filiação PCdoB
Magnum opus Solo para Vialejo
Página oficial
http://cidapedrosa.com.br/

Maria Aparecida Pedrosa Bezerra (Bodocó, 18 de outubro de 1963) é uma poetisa, advogada e política brasileira. Em 2020, foi eleita vereadora do Recife pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).[1][2][3] É autora do livro Solo para Vialejo, vencedor do Prêmio Jabuti 2020 nas categorias Livro do Ano e Livro de Poesia[4][5][6][7][8][9] e do livro Araras Vermelhas, Melhor Livro de Poesia de 2022, pelo Prêmio APCA.

Trajetória

Nasceu em Bodocó, Sertão pernambucano, em 18 de outubro de 1963, e desde cedo sentiu-se atraída pelas letras. Em 1978 deixou a terra natal e rumou para o Recife, onde se consolidou como poeta, lançando seu primeiro livro, Restos do fim, em 1982, quando tinha 19 anos. Tornou-se feminista, comunista e engajou-se na luta em defesa dos direitos humanos.  Ainda adolescente, em 1980, integrou o Movimento dos Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE).

Em 1987, formou-se na Faculdade de Direito do Recife e, posteriormente, especializou-se em Ciência Política, na Universidade Católica. Encontrou espaço para defender suas causas sociais no Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Diocese de Palmares, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais e na Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Pernambuco (Fetape). Em 1994, fez história ao participar, como advogada, da primeira convenção coletiva de hortifruticultura do Vale do São Francisco.

Cida Pedrosa, 2020

Em 1995, ingressou na gestão pública, assumindo a chefia do departamento jurídico do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). Em 1999, passou a integrar o corpo jurídico do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) e, em seguida, assumiu a coordenação do Movimento Nacional de Direitos Humanos. Dessa forma, exercia sua militância política e de direitos humanos.

Essa militância jamais foi incompatível com a poesia. Até porque a escrita de Cida Pedrosa tem função social, como ela costuma enfatizar. Em 2005, ano em que lançou seu quarto livro, Gume, ela criou o site Interpoética, maior acervo virtual de literatura pernambucana, ao lado do companheiro Sennor Ramos. Nesse mesmo ano, assumiu a Diretoria de Segurança Cidadã da Prefeitura do Recife e trabalhou na construção do Plano Municipal de Segurança Cidadã.

Em 2009, ano do lançamento de As filhas de Lillith, Cida assumiu a vice-presidência da autarquia de saneamento, a Sanear. Depois de se candidatar a vereadora pela primeira vez em 2012, recebendo mais de 4,5 mil votos, ela foi convidada, em 2013, a assumir o posto de secretária de Meio Ambiente do Recife, cargo em que permaneceu de 2013 a 2016.

Da Secretaria do Meio Ambiente, Cida rumou para a defesa dos direitos das mulheres, causa muito cara ao seu espírito feminista. Assim, em 2017, assumiu a gestão da Secretaria da Mulher do Recife. Durante o exercício dessa função, em 2018, foi agraciada com o título de cidadã recifense, concedido pela Câmara Municipal.

Pedrosa recebendo o Prêmio APCA de Literatura (2023)

Nesse meio tempo, o seu sétimo livro Claranã (2015) foi selecionado para o prêmio Oceanos de Literatura, distinção que já havia sido concedida a outra obra sua, As filhas de Lillith, de 2009.

Em 2020, ano duramente marcado pela pandemia do novo coronavírus, Cida alcançou duas grandes conquistas: a eleição para o primeiro mandato como vereadora do Recife e o mais importante prêmio da literatura nacional, o Jabuti, concedido a seu nono livro, Solo para Vialejo, vencedor nas categorias Poesia e Livro do Ano. Assim, Cida tornou-se a primeira escritora pernambucana a fazer jus a essa honraria.

Ainda em 2020 lançou seu último livro, Estesia, um retrato em forma de haikai do que observou nas ruas esvaziadas do Recife durante seus passeios diários com o cãozinho Bob Marley nos dias de distanciamento social.

Em 2021, Cida recebeu mais uma grande honraria. Ao lado do patrono da educação no Brasil, Paulo Freire, ela foi a homenageada da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, com muitas de suas obras sendo transcritas para o teatro.

No ano de 2022, a poeta lança o livro Araras vermelhas, pela Companhia das Letras. O livro, que versa sobre a Guerrilha do Araguaia, movimento revolucionário, que foi brutalmente dizimado pela ditadura de 64. Araras Vermelhas foi indicado e vencedor do Prêmio APCA, na Categoria Literatura como Melhor Livro de Poesia de 2022 e figurou na lista dos Melhores Livros de 2022 da Folha de São Paulo.

Obras

  • Araras Vermelhas, Companhia das Letras, 2022
  • Estesia, Edições Claranan, 2020
  • Solo para Vialejo,[9][8][7][6][5][4] CEPE Editora, 2019
  • Gris, CEPE Editora, 2018
  • Claranã, Confraria do Vento, 2015
  • Miúdos, Interpoética, 2011
  • As Filhas de Lilith, Calibán, 2009
  • Gume, Edição da autora, 2005
  • Cântaro, Edição da autora, 2000
  • O Cavaleiro da Epifania, Edição independente, 1986
  • Restos do Fim, Edição independente, 1982

Prêmios

  • Araras Vermelhas (2022, Companhia das Letras) - Melhor Livro de Poesia de 2022 pelo APCA e Melhores do Ano da Folha de São Paulo
  • Solo para Vialejo (2019, Cepe) - Vencedor do prêmio Jabuti 2020 nas categorias Livro do Ano e Poesia
  • Claranã (2015, Confraria do Vento) - Selecionado para o prêmio Oceanos de Literatura em 2016
  • As Filhas de Lilith ( 2009, Calibán) - Selecionado para o prêmio Portugal Telecom, em 2010, que passou a ser chamado de Oceanos de Literatura a partir de 2013

Estudos da obra

  • AMARAL, Clécia Juliana Gomes Pereira; CARVALHO, Mário de Faria. Imaginário, literatura e educação popular: notas sobre questões de gênero a partir da obra As filhas de Lilith de Cida Pedrosa. REVELLI, Inhumas, v. 10, n. 4, dez., 2018, p.164-178. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revelli/article/view/7328.
  • AMARAL, Clécia Juliana Gomes Pereira; CARVALHO, Mário de Faria. PEDAGOGIA MÍTICA: Cida Pedrosa e as articulações sensíveis entre educação, imaginário e cultura. EDUCAÇÃO EM FOCO, Belo Horizonte, n. 41. Set/dez., 2020, p. 128-148. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/view/4870/3189.
  • AMARAL. Clécia Juliana Gomes Pereira. A pedagogia mítica de Cida Pedrosa: leituras a partir da teoria do imaginário de Gilbert Durand. 2019. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37653.}}

Referências

  1. «Apuração em RECIFE - VEREADORES - Eleições 2020». O Tempo. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  2. «Eleições 2020 - Cida Pedrosa». Estadão. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  3. «Cida Pedrosa». O Município. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  4. a b «PREMIADOS 2020». premiojabuti.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  5. a b «Cida Pedrosa vence a principal categoria do Prêmio Jabuti 2020». Diário de Pernambuco. 26 de novembro de 2020. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  6. a b «'É uma viagem para dentro de mim e para dentro do Brasil', diz Cida Pedrosa, vencedora do Prêmio Jabuti». G1 Pernambuco. 26 de novembro de 2020. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  7. a b «'Solo para vialejo', de Cida Pedrosa, é eleito livro do ano no Prêmio Jabuti; veja vencedores». G1 Pernambuco. 26 de novembro de 2020. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  8. a b «Jabuti destaca obras sobre racismo e ainda consagra os versos da poeta Cida Pedrosa». Folha de S.Paulo. 26 de novembro de 2020. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  9. a b «Cida Pedrosa vence nas categorias Livro do Ano e Poesia no Prêmio Jabuti 2020». Folha de Pernambuco. 26 de novembro de 2020. Consultado em 27 de novembro de 2020 

Ligações externas

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1991 – 1999
Ficção
Não Ficção

1993: Caco Barcellos 1994: Gilberto Dimenstein 1995: Stephen Charles Kanitz 1996: Ruy Castro 1997: Roberto Campos 1998: Carmen Lúcia Azevedo, Márcia Camargos e Vladimir Sacchetta 1999: Lilia Moritz Schwarcz

2000 – 2009
Ficção
Não Ficção

2000: Drauzio Varella 2001: Fernando Morais 2002: Ruth Rocha e Anna Flora 2003: João Paulo Capobianco 2004: Caco Barcellos 2005: Francisco Alberto Madia de Souza 2006: Ruy Castro 2007: Ivana Jinkings e Emir Sader 2008: Laurentino Gomes 2009: Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini

2010 – presente
Ficção
Não Ficção

2010: Maria Rita Kehl 2011: Laurentino Gomes 2012: Miriam Leitão 2013: Audálio Dantas 2014: Laurentino Gomes 2015: Marcelo Godoy • 2016: Nei Lopes e Luiz Antônio Simas Eduardo Jardim • 2017: Magda Soares

2018: Mailson Furtado Viana 2019: Pedro H. G. Ferreira de Souza 2020: Cida Pedrosa

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Prêmio Jabuti - Poesia (1959 - 2020)
1959 – 1969

1959: José Paulo Moreira da Fonseca 1960: Sosigenes Costa 1961: Cassiano Ricardo 1962: Mário da Silva Brito 1963: Mário Chamie 1964: Cecília Meireles 1965: Cassiano Ricardo 1966: Carlos Soule do Amaral • 1967: João Cabral de Melo Neto 1968: Carlos Drummond de Andrade 1969: Stella Carr Ribeiro

1970 – 1979
1980 – 1989

1980: Sebastião Uchoa Leite 1981: Rubens Rodrigues Filho 1982: Francisco Alvim 1983: Orides Fontela 1984: Hilda Hilst 1985: Alphonsus de Guimaraens Filho 1986: Armando Freitas Filho 1987: Ilka Brunhilde Laurito 1988: Antonio Fernando de Franceschi • 1989: Francisco Alvim Alice Ruiz

1990 – 1999

1990: Manoel de Barros 1991: Affonso Ávila 1992: Carlito Azevedo 1993: Arnaldo Antunes Moacyr Amâncio • Carlos Drummond de Andrade Inês O. Depré, Haroldo de Campos João Cabral de Melo Neto 1994: Vinicius de Moraes Rubem Braga Frederico Barbosa • Marina Colasanti 1995: Ivan Junqueira Bruno Tolentino Paulo Leminski 1996: Leonardo Fróes Renata Pallottini Dora Ferreira da Silva 1997: Waly Salomão Thiago de Mello Carlos Drummond de Andrade Cecília Meireles A. B. Mendes Cadaxa • 1998: Alberto da Costa e Silva Reynaldo Valinho Alvarez • Marly de Oliveira 1999: Haroldo de Campos Gerardo Melo Mourão Salgado Maranhão

2000 – 2009

2000: Thiago de Mello Moacyr Félix • Ferreira Gullar 2001: Anderson Braga Horta Lêdo Ivo Alberto da Costa e Silva 2002: Claudia Roquette Pinto • Thiago de Mello Ivo Barroso 2003: Bruno Tolentino Geraldo Melo Mourão Marcus Accioly 2004: Alexei Bueno Marco Lucchesi Alphonsus de Guimaraens Filho Armando Freitas Filho 2005: Dora Ferreira da Silva Neide Archanjo • Artur Eduardo Benevides Antonio Risério, Frederico Barbosa • 2006: Affonso Romano de Sant'Anna Ruy Espinheira Filho Domingos Pellegrini 2007: Affonso Ávila Neide Archanjo • Armando Freitas Filho Bruno Tolentino (In Memorian) • 2008: Ivan Junqueira Marcus Vinicius Quiroga • Paulo Fernando Henriques Britto • 2009: Alice Ruiz Viviana Bosi • Eucanaã Ferraz Reynaldo Bessa

2010 – presente

2010: Marina Colasanti Reynaldo Jardim Silveira • Armando Freitas Filho 2011: Ferreira Gullar Gilberto Mendonça Teles Ricardo Aleixo 2012: Maria Lúcia Dal Farra Zulmira Ribeiro Tavares Josely Vianna Baptista • 2013: Ademir Assunção Glauco Mattoso Antonio Cicero 2014: Horácio Costa Marcus Vinicius Quiroga • Zuca Sardan 2015: Alexandre Guarnieri Marco Lucchesi Manoel Herzog • 2016: Arnaldo Antunes Salgado Maranhão Leonardo Aldrovandi • 2017: Simone Brantes Luci Collin Daniel Francoy • 2018: Mailson Furtado Viana 2019: Hilda Machado 2020: Cida Pedrosa

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