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Pedro de Sousa e Holstein, 1.º Duque de Palmela

Pedro de Sousa e Holstein
1.º Duque de Palmela
1.º Presidente do Conselho
de Ministros de Reino de Portugal Portugal
(1.ª vez)
Período24 de setembro de 1834 até 4 de maio de 1835
RainhaMaria II
Antecessor(a)Posto criado
(ver: Lista de precursores do cargo de chefe de governo de Portugal)
Sucessor(a)Conselho de Ministros
composto por:
José da Silva Carvalho
Agostinho José Freire
Conde de Vila Real
Manuel Duarte Leitão
Conde de Linhares
(interino)
Conde de Linhares
(efetivo)
13.º Presidente do Conselho
de Ministros de Reino de Portugal Portugal
(2.ª vez)
Período7 de fevereiro de 1842 até 9 de fevereiro de 1842
RainhaMaria II
Antecessor(a)Joaquim António de Aguiar
Sucessor(a)Junta Provisória de Governo
composta por:
António Bernardo da Costa Cabral
Barão da Ponte de Santa Maria
Marcelino Máximo de Azevedo e Melo
António Pereira dos Reis
(interina)
Duque da Terceira
(efetivo)
15.º Presidente do Conselho
de Ministros de Reino de Portugal Portugal
(3.ª vez)
Período20 de maio de 1846 até 6 de outubro de 1846
RainhaMaria II
Antecessor(a)Duque da Terceira
Sucessor(a)Marquês de Saldanha
Dados pessoais
Nascimento8 de maio de 1781
Turim, Sardenha Reino da Sardenha
Morte12 de outubro de 1850 (69 anos)
São Mamede, Lisboa, Reino de Portugal Portugal
NacionalidadePortugal Português
ProgenitoresMãe: Isabel Juliana de Sousa Coutinho Monteiro Paim
Pai: Alexandre de Sousa e Holstein
EsposaD. Eugénia Francisca Maria Ana Júlia Felizarda Apolónia Xavier Teles da Gama
PartidoCartista
ProfissãoMilitar e político
AssinaturaAssinatura de Pedro de Sousa e Holstein, 1.º Duque de Palmela
Títulos nobiliárquicos
1.º conde de Palmela11 de abril de 1812
1.º marquês de Palmela3 de julho de 1823
1.º duque do Faial4 de abril de 1833
1.º duque de Palmela13 de junho de 1833

Pedro de Sousa e Holstein, 1.º Duque de Palmela, (Turim, Reino da Sardenha, 8 de maio de 1781[1]São Mamede, Lisboa, 12 de outubro de 1850) foi um político e militar português do tempo da monarquia.

Líder destacado dos cartistas (facção mais conservadora do liberalismo português), representou Portugal no Congresso de Viena, foi por algumas vezes ministro dos negócios estrangeiros, e ainda, entre 1834–1835, em 1842 e em 1846, presidente do Conselho de Ministros. Para além disso, serviu ainda de embaixador em Copenhaga, Berlim, Roma, Madrid e Londres.

Foi primeiro Conde (1812), primeiro Marquês (1823) e primeiro Duque de Palmela (1833, de juro e herdade desde 1850). Foi ainda o primeiro Duque do Faial (1833) e Conde de Sanfrè, no Reino da Sardenha.[1]

Infância e educação

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De acordo com a informação constante do Arquivo Nacional da Torre do Tombo:

«Os Sousas do Calhariz, Duques de Palmela, descendem de Isabel de Sousa, filha bastarda de Dom Lopo Dias de Sousa, Mestre da Ordem de Cristo. Para além de Condes, Marqueses e Duques de Palmela, primogénitos e secundogénitos dispõem ainda de títulos como Condes do Calhariz (1823), Marqueses de Sousa Holstein (1855), Marqueses de Monfalim (1861) e Marqueses de Sesimbra (1864).»
Foi 1.º e único Conde e Marquês e 1.º Duque de Palmela, D. Pedro de Sousa e Holstein, Conde de Sanfré no Piemonte, nascido em Turim, em 1781, falecido em 1850, filho de Dom Alexandre de Sousa e Holstein, senhor da Casa dos Sousas, chamados do Calhariz, embaixador de Portugal nas cortes de Copenhaga, Turim, Roma e Berlim, e de D. Isabel Juliana de Sousa Coutinho, da Casa de Alva, depois Marquesa de Santa Iria[2]

Antes dele, também o seu pai servira o país como diplomata.[1] Por essa mesma razão, aliás, Palmela nasceu na Itália, e durante a sua juventude, percorreu com a sua família diversas cidades europeias.

Entre 1791 e 1795 frequentou um internato em Genebra,[1] regressando depois a Portugal, onde estudou na Universidade de Coimbra.[1]

A sua posição de herdeiro de Casa importante da Corte obrigava-o a servir na carreira de Armas.[1] Então, ingressou no exército, e em 1806 viajou para Roma, onde o seu pai era embaixador junto da Santa Sé. Como este morreu no exercício das suas funções, Palmela substituiu-o, com apenas 21 anos de idade, tornando-se num dos mais jovens embaixadores portugueses de sempre.[1] Como capitão, exerceu as funções de ajudante do Duque de Lafões.[1]

Durante a sua estadia em Itália conheceu Wilhelm von Humboldt, e iniciou a sua tradução de «Os Lusíadas» para o francês.[1]

Regressou a Portugal em 1806, ocupando-se da administração dos bens que herdara.[1]

Após a ocupação do país pelas tropas napoleónicas, em Novembro de 1807, Palmela continuou integrado no exército, tendo participado activamente nas batalhas travadas para libertar o país do jugo francês.

No entanto, e uma vez que a sua força residia mais na arte da diplomacia do que na das armas, o príncipe regente D. João nomeou-o embaixador em Madrid.[1] Em 1812 tornou-se embaixador em Londres,[1] e em 1815 representou o país no Congresso de Viena (onde defendeu incansavelmente a causa de Olivença, ocupada pela Espanha), tendo retornado a Londres após o encerramento dos trabalhos.[3]

Em 1817 foi chamado a exercer o cargo de ministro dos negócios estrangeiros.[1] Como tal, viajou para o Rio de Janeiro,[1] onde a corte portuguesa se encontrava desde as invasões francesas. No entanto, contrário à presença da corte no Brasil, e não em Lisboa, acaba por se demitir. Só após a Revolução Liberal de 24 de agosto de 1820, e o subsequente regresso do Rei, em 1821, Palmela aceitou o cargo. Nessa altura foi incumbido de viajar ao Brasil e acompanhar o rei no seu regresso triunfal a Portugal.

Em 1824, na sequência da tentativa de golpe de estado conhecida como Abrilada, promovida pela rainha Carlota Joaquina e pelo infante D. Miguel, Palmela foi preso na Torre de Belém sob a acusação de ser líder dos liberais. No entanto, D. João VI viria a libertá-lo, recompensando-o com o título de marquês e o cargo de embaixador em Londres.

Na sequência dos acontecimentos ocorridos após a morte de Dom João VI (com a ascensão e imediata abdicação ao trono de Dom Pedro IV, a criação de uma regência em favor de sua filha Dona Maria da Glória, que deveria casar com o infante Dom Miguel e, por fim, a usurpação do trono por este último, em 1828), Palmela resignou ao cargo de embaixador[1] e dirigiu-se ao Porto, onde se encontrou com Saldanha, tendo desencadeado um movimento revolucionário contra os absolutistas (conhecido como Belfastada).[carece de fontes?] Fracassado este, Palmela compreendeu que os liberais teriam que se equipar convenientemente se quisessem vencer Dom Miguel. Por isso, abandonou Portugal e partiu para Londres, desta feita como exilado político.[1]

Casamento e descendência

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Pedro de Sousa e Holstein casou-se, em 4 de junho de 1810, na Ermida do Palácio da Marquesa de Nisa, paróquia do Beato, com Dona Eugénia Francisca Maria Ana Júlia Felizarda Apolónia Xavier Teles da Gama (Lisboa, 4 de janeiro de 1798 – São Mamede, Lisboa, 20 de abril de 1848), filha de Dom Domingos Xavier de Lima, 11.º Almirante da Índia por sua mulher, e de sua mulher Dona Eugénia Maria Josefa Xavier Teles de Castro da Gama, 7.ª Marquesa de Nisa de juro e herdade, 11.ª Condessa da Vidigueira de juro e herdade e 7.ª Condessa de Unhão.

Os dois tiveram:[1]

Morte e sepultamento

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Mausoléu de D. Pedro de Sousa Holstein, Cemitério dos Prazeres.

Depois da morte da sua esposa, o Duque, nos dois anos que lhe sobreviveu, levou uma existência retirada no seu Palácio no Lumiar, pondo em ordem a sua vastíssima correspondência política e recebendo apenas os seus íntimos. Faleceu em 1850, aos 69 anos de idade, em São Mamede, Lisboa.[1]

Está sepultado no Cemitério dos Prazeres,[carece de fontes?] no maior mausoléu particular da Europa, com cerca de 200 corpos e restos mortais pertencentes à mesma família, à excepção de dois padres e de serviçais na entrada. O seu espaço exterior recria a simbólica de um templo maçon e, na capela, no interior da construção, várias estátuas de escultores de renome, como Canova, Teixeira Lopes e Calmels, embelezam os túmulos.[carece de fontes?]

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r Zuquete, Afonso Eduardo Martins (1961). Nobreza de Portugal. 3. Lisboa: Editorial Enciclopédia, Lda. pp. 99 – 106 
  2. Cf. página inicial do arquivo da Casa Palmela.
  3. Cf. Congresso de Viena no Portal Diplomático da República Portuguesa.