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Parsifal Barroso

Renato Medeiros
Renato Medeiros
Governador do Ceará
Período1959-1963
Antecessor(a)Flávio Marcílio
Sucessor(a)Virgílio Távora
Deputado federal pelo Ceará
Período1951-1955
1971-1977
Senador pelo Ceará
Período1955-1959
Ministro do Trabalho
Antecessor(a)Nelson Omegna
Sucessor(a)Mário Meneghetti
Ministro da Agricultura
Antecessor(a)Ernesto Dorneles
Sucessor(a)Mário Meneghetti
Deputado estadual pelo Ceará
Período1936-1937
1947-1951
Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal
Período1977-1983
Antecessor(a)Cyro dos Anjos
Sucessor(a)Joel Ferreira
Dados pessoais
Nascimento5 de julho de 1913
Fortaleza, CE
Morte21 de abril de 1986 (72 anos)
Fortaleza, CE
Alma materUniversidade Federal do Ceará
PartidoPDC (1945–1947)
PSD (1947–1954)
Profissãoadvogado, professor, jornalista

José Parsifal Barroso (Fortaleza, 5 de julho de 1913Fortaleza, 21 de abril de 1986) foi um advogado, professor, jornalista e político brasileiro, outrora governador do Ceará.[1]

Dados biográficos

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Origem e formação acadêmica

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Filho de Hermínio Barroso e Emília Cunha Barroso. Em 1930 matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará e no ano seguinte foi nomeado catedrático interino de alemão no Liceu do Ceará, iniciando sua carreira como professor, além de lecionar outras disciplinas, formando-se advogado em 1933. Dois anos depois, tornou-se procurador secional do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (IAPC).[1][2]

Eleito deputado classista à Assembleia Legislativa do Ceará em 1936, representou os professores, comerciários e empregados nos setores do comércio, indústria e transportes, exercendo o mandato até que o Estado Novo fechou os órgãos legislativos do país, através da Constituição de 1937, retomando suas atividades como advogado e professor.[3] Membro da Ação Católica Brasileira, tornou-se dirigente da mesma em 1940 e depois foi professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Econômicas do Ceará.[1]

Jornalista, foi redator do jornal O Estado, de Fortaleza, membro da Associação Cearense de Imprensa e sócio do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro.[4]

Retorno à vida política

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Nos últimos meses da Era Vargas, houve um arrefecimento do regime, culminando com a Deposição de Vargas e a realização de eleições para presidente da República e para a Assembleia Nacional Constituinte que elaboraria a Constituição de 1946.[5][6] Nesse ínterim, Parsifal Barroso perdeu a eleição para deputado federal pelo PDC em 1945, mas ao entrar no PSD, elegeu-se deputado estadual em 1947 e deputado federal em 1950.[7][8][9] Ingressando no PTB, foi eleito senador em 1954,[10] assumindo o cargo de ministro do Trabalho, Indústria e Comércio em 1956, a convite do presidente Juscelino Kubitschek.[11][nota 1]

Governador do Ceará

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Decreto de adoção do brasão e estandarte da Polícia Militar do Ceará.

Em 3 de outubro de 1958, elegeu-se governador do Ceará na legenda das Oposições Coligadas, formada pelo PSD, o PTB e o Partido de Representação Popular (PRP), derrotando Virgílio Távora, candidato lançado pela coligação formada pela União Democrática Nacional (UDN) e pelo Partido Social Progressista (PSP).

Assumiu o governo cearense em 25 de março de 1959, após encerrar seu mandato no Senado, num momento em que o governo enfrentava a oposição constante da UDN, do Partido Social Progressista (PSP) e do Partido Republicano (PR).[12][13]

Em março de 1960, quando encontrava-se à frente do governo do estado, grandes temporais ocasionaram enchentes e inundações em vários estados do Nordeste e ameaçaram o açude de Orós, que vinha sendo construído no Ceará. Essa obra constituía uma das medidas efetuadas pelo governo federal para fazer frente aos problemas da região. Apesar das inúmeras tentativas para salvar a represa, ela se rompeu no dia 26 de março, ocasionando grandes danos à população local. Alguns dias depois, Juscelino seguiu para o Ceará a fim de visitar a região atingida e incentivar as obras, as quais foram concluídas um mês antes de deixar o governo.[14]

Exerceu o governo do estado sob três presidências da República: de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. Terminou por romper politicamente com o último deles, abandonando o PTB e passando a integrar, com seus amigos e correligionários, o Partido Trabalhista Nacional (PTN). Ao fim de seu governo, criou uma nova coligação política, sob o nome de União pelo Ceará, acrescentando aos partidos que o apoiavam a UDN, da qual proviria seu sucessor, Virgílio Távora, empossado em fevereiro de 1963.

Entre o Ceará e o Distrito Federal

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Durante os primeiros anos do regime instaurado pelo movimento político-militar de 31 de março de 1964, retirou-se das funções públicas, só retornando em 1970 quando, em 15 de novembro, elegeu-se deputado federal pelo Ceará, na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido situacionista. Assumindo sua cadeira em fevereiro de 1971, tornou-se membro da Comissão de Educação e Cultura e suplente das comissões de Legislação Social e de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Vice-líder da Arena nessa casa a partir de maio de 1973, foi reeleito deputado federal pelo Ceará no pleito de novembro de 1974. Novamente vice-líder da Arena a partir de abril de 1975, foi, nesse mesmo ano, membro da Comissão de Ciência e Tecnologia e suplente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. Ainda em 1975 foi escolhido primeiro vogal da Fundação Milton Campos para Pesquisas e Assuntos Políticos, instituição criada pela direção da Arena em setembro daquele ano.[15]

Nomeado ministro-conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, renunciou a seu mandato de deputado federal em 30 de junho de 1977. Em 1978 dirigiu o seminário de estudos integrados, intitulado “Função das cidades de médio porte no desenvolvimento do Nordeste” realizado em Sobral (CE) e promovido pelo Projeto Rondon. No ano seguinte voltou ao magistério, lecionando estudos e problemas brasileiros no Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB). Ainda em 1979 foi nomeado presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal, retornando posteriormente à função de ministro-conselheiro.

Relações familiares

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Genro de Francisco Monte e pai de Régis Barroso, ambos deputados federais pelo Ceará.[16][17]

  • Pedro, Nosso Irmão, (1950),
  • O Cearense, (1969),[18]
  • Na Casa do Barão de Studart, (1969),
  • Um Francês Cearense, (1973),[19]
  • Senador Pompeu, Um Cabeça-chata Autêntico,

Homenagens e distinções

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  • Uma escola em Fortaleza foi nomeada em homenagem ao governador.[20]
  • Uma avenida em Fortaleza foi nomeada em homenagem ao governador.[21]

Notas

  1. Durante a passagem do titular como ministro do Trabalho, Fausto Cabral exerceu o mandato de senador, efetivado quando Parsifal Barroso elegeu-se governador do Ceará.

Referências

  1. a b c BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Parsifal Barroso no CPDOC». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  2. BRASIL. Senado Federal. «Decreto n.º 24.273 de 22/05/1934». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  3. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Constituição de 1937». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  4. Revista do Instituto do Ceará. [S.l.]: Instituto do Ceará. 1970 
  5. BRASIL. Presidência da República. «Decreto-lei n.º 7.586 de 28/05/1945». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  6. BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1946». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  7. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1945». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  8. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1947». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  9. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1950». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  10. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1954». Consultado em 24 de agosto de 2025 
  11. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Parsifal Barroso». Consultado em 24 de agosto de 2025 
  12. Farias,Airton, de (26 de janeiro de 2016). História do Ceará. [S.l.]: Armazém da cultura. ISBN 9788584920174 
  13. Públicas, Ceará (Brazil : State) Serviço de Relações (1965). A eletrificacao no Ceara: pequeno historico da vinda da energia de Paulo Afonso a Fortaleza. [S.l.: s.n.] 
  14. Souza, Simone (2004). Uma nova história do Ceará. [S.l.]: Edições Demócrito Rocha. ISBN 9788575292020 
  15. Nacional, Brazil Congresso; Deputados, Brazil Congresso Nacional Câmara dos (1974). Diario do Congresso Nacional. [S.l.: s.n.] 
  16. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Francisco Monte». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  17. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Régis Barroso». Consultado em 23 de agosto de 2025 
  18. Barroso, Parsifal (2 de agosto de 2017). O Cearense. [S.l.: s.n.] ISBN 9788575317532 
  19. Barroso, Parsifal (1973). Um Francês cearense. [S.l.]: Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará 
  20. escolas. «Escola - EMEIF Escola Municipal Professor Jose Parsifal Barroso - Fortaleza - CE». Escol.as. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  21. «Avenida Governador Parsifal Barroso, Presidente Kennedy, Fortaleza - CE - CEP 60355630». ceps.io. Consultado em 28 de dezembro de 2018