Castelo de Cardiff

Castelo de Cardiff
Apresentação
Tipo
castelo
sítio arqueológico
local authority museum
Fundação
depois
Estilo
Patrocinador
Proprietário
Cardiff Council (en)
Estatuto patrimonial
National Monuments of Wales (d)
Monumento marcado
Edifício listado como Grau I (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Websites
(cy) www.castell-caerdydd.com
(en) www.cardiffcastle.com
Localização
Localização
País de Gales
 Reino Unido
Altitude
12 m
Coordenadas
51° 28′ 56″ N, 3° 10′ 52″ OVisualizar e editar dados no Wikidata
Mapa

editar - editar código-fonte - editar WikidataDocumentação da predefinição

Coordenadas: 51º 28' 56.74″ N, 3º 10' 52.39″ O

Vista parcial do Castelo de Cardiff.

O Castelo de Cardiff ou, nas suas formas portuguesas, de Cardife ou de Cardívio (em galês: Castell Caerdydd; em inglês: Cardiff Castle) é um castelo medieval e palácio neogótico vitoriano, erguido a partir duma torre de menagem normanda construída sobre um forte romano. Localiza-se na cidade de Cardiff, capital do País de Gales. Encontra-se classificado como um listed building com o Grau I desde 2 de dezembro de 1952.[1]

História

O forte romano

No local onde se ergue o actual castelo, devem ter existido, pelo menos, dois fortes romanos anteriores. O primeiro foi, provavelmente, construído por volta do ano 55 durante a conquista da tribo dos Siluros. Entre o final do século II e o início do século III, edifícios civis associados com trabalhos em ferro ocuparam o lugar (Forte Romano).

O castelo normando

A torre de menagem normanda do Castelo de Cardiff.

A torre de menagem normanda foi erguida num alto forte do tipo motte-and-bailey no sítio dum antigo castro romano, descoberto pela primeira vez durante a terceira campanha de construção do Marquês de Bute. A torre normanda, cuja estrutura subsiste, foi construída por volta de 1091 por Robert Fitzhamon, Senhor de Gloucester e conquistador de Glamorgan.

O Castelo de Cardiff em 1775, inserido num cenário pitoresco por Charles Knight.

Depois da tentativa falhada de Roberto II da Normandia, filho mais velho de Guilherme, o Conquistador, tomar a Inglaterra a Henrique I, aquele nobre acabou por ficar aqui detido entre 1106 a 1134, acabando por ser o mais famoso prisioneiro do castelo.[2]

O castelo, reconstruído em pedra, foi uma importante fortaleza dos Senhores das Marcas nas dinastias de Clare e le Despenser, e também dos Beauchamps, Condes de Warwick, de Ricardo, Duque de Iorque, através do seu casamento na família Neville, e da família Herbert, Condes de Pembroke.

Cenário de importantes batalhas ao longo dos séculos, foi reconquistado pelos galeses em 1404, sob o governo de Owen Glyndŵr. Mais tarde, em 1488 passou para as mãos de Jasper Tudor, primeiro Duque de Bedford.

No século XVIII, o castelo passou para a posse de John Stuart, 3.° Conde de Bute, que se tornou, através da sua esposa (membro da família Herbert), num importante proprietário rural da região e cujos herdeiros desenvolveram as docas que transformaram Cardiff duma vila piscatória num importante porto de exportação de carvão durante o século XIX.

O palácio vitoriano

Edifício vitoriano do Castelo de Cardiff.
A sala de fumo de verão de Burges.

No início do século XIX, o castelo foi ampliado e renovado num estilo neogótico inicial, por Henry Holland, para John Crichton-Stuart, 2º Marquês de Bute. No entanto, a sua transformação começou em 1868 quando John Crichton-Stuart, 3º Marquês de Bute, contratou o arquitecto William Burges com o fim de empreender uma reconstrução maciça, a qual tornaria o castelo numa fantasia oitocentista de palácio medieval de conto de fadas, com uma série de salas que, talvez, constituam a mais alta realização do desenho neogótico tardio em estilo vitoriano.[3]

A torre do relógio.

O encontro do marquês, um convertido precoce ao catolicismo, tremendamente rico e imerso numa visão romântica do mundo medieval, com Burges, proeminente arquitecto de arte, forjou uma das melhores relações patrono/arquitecto entre um entusiasta do gótico e um desenhador altamente talentoso, que conduziu a uma sucessão de triunfos arquitectónicos, dos quais o Castelo de Cardiff é o maior de todos.

A reconstrução começou com a Torre do Relógio (Clock Tower), planeada em 1866-1868 e iniciada em 1869. As torres sucedem-se em direcção a oeste, com a Torre Reservatório (Tank Tower), a Torre do Convidado (Guest Tower), a Torre Herbert (Herbert Tower) e a Torre Beauchamp (Beauchamp Tower), realizadas tanto por Burges como por Holland e, em parte, durante os século XV e XVI, criam uma silhueta, melhor observada a partir do Bute Park, que ecoa o desenho não construído de Burges para os Tribunais (Law Courts) e apresenta uma imagem visualmente deslumbrante de cidade medieval.

Dentro do castelo, sucedem-se os sumptuosos apartamentos; as Salas de Fumo de Verão e de Inverno (Winter e Summer Smoking Rooms), a Sala de Chaucer (Chaucer Room), a Sala Árabe (Arab Room), o Quarto de Lorde Bute (Lord Bute's Bedroom), o Jardim Coberto (Roof Garden), as quais ilustram repetidamente a habilidade suprema de Burges como um arquitecto de arte. Tomando um controle completo no desenho do edifício, da decoração e do mobiliário dos apartamentos, e usando o seu tema favorito de Nicholls, Crace e Lonsdale, Burges criou um conjunto de salas em estilo neogótico que não têm rival.

Actualidade: acesso e eventos

Interior da Sala Árabe.

Em 1947, o castelo foi vendido pela família Bute à cidade de Cardiff, pelo valor simbólico de 1 libra. Actualmente, é uma popular atracção turística da capital, alojando, também, o museu do regimento, em adição às ruínas do velho castelo e à reconstrução vitoriana. Situa-se nos esplêndidos terrenos do Bute Park.[4]

O castelo tem acolhido vários concertos rock e actuações, tendo capacidade para acomodar mais de 10.000 pessoas. Entre os concertos mais notáveis incluem-se o Live at Cardiff Castle dos Stereophonics, em Junho de 1998, e o concerto dos Green Day, em 2002.[5] Em 1948, uma multidão de 16.000 pessoas, um recorde para o jogo de basebol britânico, assistiu à derrota da Inglaterra frente ao País de Gales nos campos do castelo. Todos os anos, o Castelo de Cardiff acolhe o Baile de Verão da Universidade de Cardiff.[5][6] É o local do País de Gales onde se realiza o maior Mardi Gras, todos os Agostos. Tom Jones apresentou-se aqui, perante uma grande audiência, em 2001; esta actuação está registada num DVD com o título Tom Jones: Live at Cardiff Castle.[7]

O historiador de arquitectura Dan Cruickshank seleccionou o castelo como uma das suas oito escolhas para o livro de 2002, com a chancela da BBC, The Story of Britain's Best Buildings.[8]

Referências

  1. «Cardiff Castle, Castle». britishlistedbuildings.co.uk (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2012 
  2. Brewer's Britain & Ireland (2005), s.v. "Cardiff"; John Davies, Cardiff and the Marquesses of Bute.
  3. Girouard, Mark (1979). The Victorian country house. [S.l.]: New Haven : Yale University Press 
  4. «Cardiff - Atlantic Rim Bowls Championships 2019 Visitor Attractions» (PDF). welshbowls.co.uk. 2019. Consultado em 5 de maio de 2020 
  5. a b «Cardiff Castle in Cardiff, Wales» (em inglês). www.gpsmycity.com. Consultado em 5 de maio de 2020 
  6. «Cardiff Castle - Wales, UK». www.waymarking.com. 3 de outubro de 2009. Consultado em 5 de maio de 2020 
  7. «Cardiff Castle». www.walestouristsonline.co.uk. Consultado em 5 de maio de 2020 
  8. Cruickshank, Dan. «Choosing Britain's Best Buildings» (em inglês). BBC History. Consultado em 3 de Junho de 2008 

Bibliografia

  • CROOK, J. Mordaunt, The Strange Genius of William Burges (1981) National Museum of Wales.
  • COOK, J. Mordaunt, William Burges and the High Victorian Dream (1981) John Murray.
  • GIROUARD Mark, The Victorian Country House (1979) Yale University Press.
  • NEWMAN, John. The Buildings of Wales: Glamorgan (1995) Penguin.

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Castelo de Cardiff
  • «Página oficial do Castelo de Cardiff» 
  • «(Castelos de Gales) Lise Hull, "Castelo de Cardiff"» 
  • «greatcastlesofwales.co.uk - Cardiff» 
Controle de autoridade