Santa Maria in Posterula
Igreja de Santa Maria em Posterula Santa Maria in Posterula | |
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Aquarela de Ettore Roesler Franz (1880) mostrando o lungotevere e Santa Maria in Posterula na outra margem, no meio da imagem. | |
Informações gerais | |
Início da construção | Mencionada no século IX ou XII |
Religião | Igreja Católica |
Diocese | Diocese de Roma |
Geografia | |
País | Itália |
Região | Roma |
Coordenadas | 41° 54' 07" N 12° 28' 18" E |
Notas: Demolida no final do século XIX |
Santa Maria in Posterula ou Igreja de Santa Maria em Posterula era uma igreja de Roma, Itália, localizada no rione Ponte, na antiga Strada dell'Orso, onde hoje está a praça da Ponte Umberto I. Foi demolida no final do século XIX para permitir a construção dos lungotevere (as "marginais" do Tibre) Tor di Nona e Marzio. Era dedicada a Virgem Maria.
Era a antiga igreja nacional em Roma da comunidade irlandesa, que hoje se reúne em San Patrizio a Villa Ludovisi.
História e descrição
Era uma igreja de origem antiga. Segundo Mariano Armellini, foi mencionada em relação ao Tibre no Liber pontificalis na biografia do papa Nicolau I (r. 858–867) com o nome de Sant'Agata. No Catálogo de Cencio Camerario (1192), aparece no número 222 com o nome de Sancte Marie in Pusterulis. Com este nome aparece em bulas de 1205 e 1222. O termo "posterule" é uma referência a quatro poternas ("pequenas portas") que se abriam nas muralhas que margeavam o Tibre entre a Porta Flamínia e a Ponte Sant'Angelo. Esta igreja ficava ao lado da chamada Porta Dimizia. Mais adiante, ela passou a ser chamada de Santa Maria ad Flumen e, do século XVI em diante, Santa Maria dell'Orso, uma referência à strada dell'Orso, onde estava a fachada da igreja.
A igreja era sede de uma paróquia, mas, em 1569, passou a ser dependente do batistério de San Lorenzo in Lucina, o que significava que não tinha mais um batistério próprio. Em 1594, adquiriu, segundo algumas fontes, o território da antiga paróquia de San Biagio della Tinta. Foi também suprimida como paróquia na reforma do papa Leão XII em 1824.[1]
Nas imediações da igreja estava um albergue romano chamado de "Albergue dell'Orso", um granário medieval chamado "Turris annonae", cuja corruptela do nome deu origem a "Tor di Nona", que foi depois transformado no Cárcere de Tor di Nona.
Anexo à igreja estava um palácio do cardeal Ammannati, passado depois para o cardeal Sclafenati, bispo de Parma, para a família Caetani e, no século XVII, para a monges celestinos, que fundaram no local um seminário para o ensino da teologia.[2] Eles também cuidavam da igreja e formavam a cura da paróquia. O abade geral dos celestinos, Vincenzo Spinelli, descreveu assim a igreja em 1662:
“ | Na venerável igreja de Santa Maria in Posterula há um coro, órgão, sacristia e um campanário com duas campanas. Há dois altares, o maior, da Madona, e os outros, de São Brás, Santo Estêvão e São Lourenço. Três sepulturas: duas na igreja para os seculares e uma na sacristia para os monges e sacerdotes. Se realiza a cura das almas pelo clero regular nomeado pro tempore pelo abade do colégio e aprovado pelo cardeal-vigário. | ” |
— Armellini[3]. |
Nesta igreja se venerava uma imagem de Nossa Senhora das Graças (Madonna delle Grazie) considerada milagrosa, que ficava inicialmente em San Biagio della Tinta e depois transferida para lá no final do século XVI; ela foi coroada solenemente na Basílica de São Pedro em 1653.
Em 1819, a igreja e o mosteiro anexo foram entregues aos agostinianos irlandeses. Eles transferiram de sua antiga residência, San Matteo sulla via Merulana, um outro ícone do século XIV muito venerado e dedicado a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, transferido novamente, em 1866, para Sant'Alfonso all'Esquilino. Quando esta igreja foi demolida, algumas de suas obras, como a imagem de Nossa Senhora das Graças, foram transferidas para a nova igreja nacional dos irlandeses, San Patrizio a Villa Ludovisi.
Referências
Bibliografia
- Armellini, M. (1891). Le chiese di Roma dal secolo IV al XIX (em italiano). Roma: [s.n.] p. 347–348
- Hülsen, Christian (1927). Le Chiese di Roma nel Medio Evo (em italiano). Florença: [s.n.] p. 360–361
- Nibby, Antonio (1839). Roma nell’anno MDCCCXXXVIII. prima moderna (em italiano). Roma: [s.n.] p. 472–473
- Forcella, Vincenzo (1877). Iscrizioni delle chiese e d'altri edificii di Roma dal secolo XI fino ai giorni nostri (em italiano). X. Roma: [s.n.] p. 115–122
- Raccolta delle immagini della Beata Maria Vergine (em italiano). Roma: [s.n.] 1792. p. 136–139
Ligações externas
- "Our Lady of Perpetual Succour" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
- «S. Salvatore in Lauro and Fontana del Leone» (em inglês). Rome Art Lover
- «História» (em italiano). Redentoristas