Pagode baiano

Pagode baiano
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Origens estilísticas samba-reggae, samba de roda, pagode, samba duro[1][2][3]
Contexto cultural década de 1990 e 2000 em Salvador, Bahia
Instrumentos típicos Cavaquinho, pandeiro, percussão
Popularidade  Brasil
Subgêneros
arrochadeira
Formas regionais
Bahia
Outros tópicos
axé, samba-reggae

Pagode baiano (também chamado pagodão, swingueira ou quebradeira) é um gênero musical brasileiro criado em Salvador, Bahia, oriundo da mistura de samba-reggae e pagode, tendo como principal diferença a inclusão de percussão, um ritmo mais acelerado e geralmente acompanhado de coreografias.[4][5] Por ser um gênero de origem baiana, é erroneamente confundido com o axé music, principalmente por ambos estilos estarem na moda no Brasil entre as décadas de 1990 e 2000.[6][7][8][9]

O ritmo tem expoentes em grupos como É o Tchan e ainda Harmonia do Samba, Gera Samba, Terra Samba, Raça Pura, Patrulha do Samba, Companhia do Pagode e Gang do Samba, Psirico e outros.

História

É o Tchan em 2020.

O gênero ganhou impulso por volta de 1994, tendo influências do samba duro baiano e do pagode do Rio de Janeiro. O primeiro sucesso do gênero foi a Dança do Tchaco, de Tonho Matéria. Nessa época, também despontava o grupo Gera Samba, que lançara um CD gravado de maneira independente com boa vendagem.[10]

A partir de 1995, com o fenômeno do É o Tchan, o gênero obteve projeção nacional. Outros grupos surgiram, como Harmonia do Samba, Terra Samba, Raça Pura, Patrulha do Samba, Companhia do Pagode e Gang do Samba. No fim da década de 1990, apesar do nome pagode "baiano", surgiram grupos focados no estilo em outras partes do país, como o carioca Tchakabum e o paulista Axé Blond que também fizeram muito sucesso.[11][7] Já nos anos 2000 surgiram outros grupos de destaque como Psirico,[12] Parangolé, Pagod'art, LevaNóiz, Guig Guetho, Oz Bambaz, Saiddy Bamba, Fantasmão, Swing do P, Black Style e A Bronkka.

Características e estilo

É um ritmo baiano, advindo do samba-reggae, do Samba de roda do Recôncavo Baiano (e suas variações),[7][13] do samba duro e de ritmos do Candomblé, caracterizado por linhas melódicas marcantes e percussão com destaque para o repique, que toca no acento característico da música. O pagode baiano também costuma usar instrumentos de samba como pandeiro e cavaquinho. Diferencia-se do axé, que geralmente é tocado com guitarra, bateria e sopros.

O pagodão se caracteriza por letras de duplo sentido com refrões simples, sendo mais popular entre as áreas periféricas.[14][15] O gênero geralmente é criticado por questões morais, uma vez que suas letras muitas trazem grande conotação de cunho sexual ou de sexualização dos corpos.[16][17][18][19] No final da década de 2000 e nos anos subsequentes houve uma incorporação cultural de outros ritmos populares como o funk carioca dentro do pagode baiano, notadamente popularizada pela banda Black Style (com o cantor Robyssão e sua posterior carreira solo) no que ficou conhecido como "Pagofunk".[7][20]

Referências

  1. Dias Marques, Ivan (15 de maio de 2009). «Caetano diz que as pessoas não percebem a importância do pagode». Jornal Correio. Consultado em 13 de agosto de 2021 
  2. "Hoje é o Dia Nacional do Samba"
  3. Diniz, André (2008). Almanaque do carnaval: A história do carnaval, o que ouvir, o que ler, onde curtir. [S.l.]: Jorge Zahar Editor. pp. 184, 198 e 199. 9788537802922 
  4. Bahia Notícias. Quebradeira baiana: Robyssão pede: 'quero conclamar que a galera volte pro pagode', acessado em 4 de março de 2015‎.
  5. G1 lista 15 músicas para entender o axé e o carnaval baiano
  6. Margareth Menezes (2014). «A música para divulgar valores». Editora Minuano. Revista Raça Brasil (186). Arquivado do original em 31 de maio de 2016 
  7. a b c d http://gthistoriacultural.com.br/VIIsimposio/Anais/Gabriela%20Limeira%20de%20Lacerda.pdf
  8. «20 músicas do axé para relembrar a década de 90». Guia da Semana. Consultado em 7 de dezembro de 2016 
  9. Castro, Yuri de (21 de janeiro de 2014). «Os 110 melhores pagodes de 1990-2013». Fita Bruta. Consultado em 7 de dezembro de 2016 
  10. «Pagode com dendê e malagueta». Jornal do Brasil. 1994 
  11. Carnaval de Itatiba traz shows de Axé Blond, Eliana de Lima e Royce do Cavaco
  12. «Com Psirico, pagode baiano é mais um estilo musical presente no Réveillon 2024». Prefeitura de Aracaju. 21 de dezembro de 2023. Consultado em 21 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 21 de dezembro de 2023 
  13. Pena, Anderson dos Anjos Pereira. «História do Pagode Baiano». Consultado em 30 de abril de 2016 
  14. Correio24horas (24/02/2011). Pagodão sussexo: músicas de duplo sentido roubam espaço do axé na folia deste ano, acessado em 7 de dezembro de 2016.
  15. Tiago Décimo (6 de fevereiro de 2010). «Pagode baiano faz sucesso e sai do gueto - Geral - Estadão». Estadão. Consultado em 30 de abril de 2016 
  16. Pratali, Débora (16 de novembro de 2000). «Netinho diz ter preconceito contra pagode baiano». Folha online. Consultado em 7 de dezembro de 2016 
  17. Ferreira, Danilo (20 de maio de 2013). «Crime, violência e o "pagode" da Bahia». Abordagem Policial. Consultado em 26 de outubro de 2023 
  18. Acusado de apologia às drogas, Igor Kannário gera polêmica no carnaval de Salvador
  19. MP alerta sobre proibição de músicas que incitem violência no carnaval
  20. BA, Do G1 (8 de fevereiro de 2016). «Vingadora puxa trio sem cordas e anima folião ao som da 'metralhadora'». Carnaval 2016 na Bahia. Consultado em 13 de agosto de 2021 

Ligações externas

  • Na cadência do pagode, por IVANILDE GUEDES DE MATTOS, 2013
  • v
  • d
  • e
História, estilos,
folclore


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