Mercurialis annua

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Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Euphorbiales
Família: Euphorbiaceae
Género: Mercurialis
Espécie: M. annua
Nome binomial
Mercurialis annua
L.

Mercurialis annua, comummente conhecida como urtiga-bastarda,[1] é uma espécie de planta com flor pertencente à família das Euforbiáceas e ao tipo fisionómico dos terófitos.[2]

A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 2: 1035. 1753.

Nomes comuns

Além de «urtiga-bastarda», dá ainda pelos seguintes nomes comuns: barredoiro[3] (também grafada barradoiro), basalho [4], erva-mercúrio,[2] mercurial[5] (não confundir com as demais espécies do género Mercurialis, que são amplamente conhecidas por este nome comum[6]) mercurial-anual,[2] urtiga-morta[7][5] e urtiga-branca[8] (não confundir com a espécie Lamium album, que consigo partilha estes dois últimos nomes comuns[9][10]).

Quanto ao nome científico desta espécie:

  • O nome genérico, Mercurialis, provém do étimo latino Mercŭrĭālis e significa «de Mercúrio».[11]
  • O epíteto específico, annua, também provém do latim, tratando-se de uma declinação do étimo, annŭum, e significa «anual».[12]

Descrição

Trata-se de uma planta anual herbácea, cujos caules medem entre 30 e 70 centímetros.[8] São geralmente dióicas, só excepcionalmente se encontrando casos de espécimes hermafroditas.[13]

O caule é único, ereto, levemente hirsuto, fino e muito ramoso, com seiva aquosa.[13][8] Os ramos são erecto-patentes, glabros e muito folhosos.[13]

As folhas são esverdeadas, quanto à cor;[8] ciliadas, quanto à hirsutez; opostas, quanto ao posicionamento;[8] e têm formatos que alternam entre o ovado e o a elíptico-lanceoladas, com margens crenado-serradas.[13]

Os pecíolos medem entre 1 a 25 milímetros,[8] correspondendo geralmente a um quinto da longitude da respectiva folha.[13]

As estípulas podem ser estreitas, lineares ou triangulares.[13]

As inflorescências masculinas são em glomérulo e acumulam grupos de 6 a 8 flores, alcançando 4 a 5 milímetros de diâmetro. Estes glomérulos, por seu turno assentam em inflorescências em forma de espiga (espiciformes), que podem medir entre 6 e 12 centímetros de comprimento,[13] sendo geralmente maiores do que a respectiva folha.[5] As inflorescências femininas têm um posicionamento axilar, podendo ser solitárias ou agrupar-se em verticilos de 3 ou 4 flores e têm pedúnculos curtos.[13][8]

As sépalas são esbranquiçadas e têm um feitio amplo e ovado.[8]

Distribuição

Trata-se de uma espécie nativa do continente europeu e do próximo Oriente, encontrando-se actualmente numa condição subcosmopolita.[2]

Portugal

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em todas as zonas de Portugal Continental,[2] no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira.[8]

Em termos de naturalidade é introduzida em Portugal Continental[2] e no Arquipélago dos Açores, sendo nativa do Arquipélago da Madeira.[8]

Ecologia

Trata-se de um a espécie ruderal, que medra até aos 800 metros de altitude, privilegiando muros e edifícios abandonados; pastagens e ermos sáfaros.[8]

Protecção

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Usos medicinais

São-lhe reputadas propriedades medicinais, sendo tradicionalmente utilizada na confecção de infusões, pelas suas propriedades laxantes e emenagógicas.[8]

Referências

  1. «urtiga-bastarda». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  2. a b c d e f «Jardim Botânico UTAD | Espécie Mercurialis annua». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 21 de maio de 2023 
  3. «barredoiro». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  4. «basalho». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  5. a b c Pereira Coutinho, António Xavier (1913). Flora de Portugal (Plantas Vasculares): Disposta em Chaves Dicotómicas. Lisboa: Aliud. p. 384. 766 páginas 
  6. «mercurial». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  7. «urtiga-morta». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  8. a b c d e f g h i j k l Freitas, F. (2013). Plantas e seus usos tradicionais (PDF). Fajã da Ovelha: Serviço do Parque Natural da Madeira. p. 167. ISBN 978-989-95497-9-1 
  9. «urtiga-branca». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  10. S.A, Priberam Informática. «urtiga-morta». Dicionário Priberam. Consultado em 21 de maio de 2023 
  11. «ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 21 de maio de 2023 
  12. «ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 21 de maio de 2023 
  13. a b c d e f g h «Flora Vascular - Toda la información detallada sobre la Flora Vascular | - Especie: Mercurialis annua». www.floravascular.com. Consultado em 21 de maio de 2023 

Bibliografia

  • Mercurialis annua[ligação inativa] - Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) - Sociedade Lusitana de Fitossociologia
  • Checklist da Flora do Arquipélago da Madeira (Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens) - Grupo de Botânica da Madeira
  • Mercurialis annua - Portal da Biodiversidade dos Açores
  • Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 2 de outubro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/12802185>
  • Mercurialis annua - The Plant List (2010). Version 1. Published on the Internet; http://www.theplantlist.org/ (consultado em 2 de outubro de 2014).
  • Mercurialis annua - International Plant Names Index
  • Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica 1-8, 10-15, 17-18, 21. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.

Ligações externas

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