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Luís Gonzaga das Virgens

Luís Gonzaga das Virgens
Luís Gonzaga das Virgens
Busto de Luiz Gonzaga em Salvador, na Bahia.
Nascimento 1761
Morte 8 de novembro de 1799
Cidadania Brasil
Ocupação soldado
Distinções
  • Livro dos Heróis e Heroinas da Pátria
Causa da morte forca

Luis Gonzaga das Virgens e Veiga foi um soldado baiano[1] (Salvador, 1762Salvador, 8 de novembro de 1799). Participante da conjuração baiana que acabou sendo executado por enforcamento em 8 de novembro de 1799 por ter ido contra o governo.[2][3]

Um dos líderes da Conjuração Baiana, revolta de caráter popular, ocorrida em Salvador, em 1798, contra o sistema colonial português, conhecida também como Revolta dos Alfaiates. Nascido em Salvador, aos 20 anos entra para a força pública, sendo destacado para servir na Companhia de Granadeiros do 1º Regimento.

Deserta, pela primeira vez, em outubro de 1786, regressando para a tropa quatro anos depois. Abandona o regimento 20 dias mais tarde, mas volta novamente. É perdoado pelo governador dom Fernando José. A terceira deserção acontece em abril de 1791. Foge para o Rio Grande do Norte, onde conhece Manoel João da Silva, comerciante e letrado português, que o ensina latim e rudimentos de cirurgia.

Em julho de 1792, é preso e levado a Salvador. Depois de alguns meses no cárcere, é julgado no Conselho de Guerra, aceita sua culpa e é condenado a seis anos de trabalhos forçados.[2] É perdoado mais uma vez pelo governador e entre 1793 e 1798 continua na força pública. Mulato e neto de escrava, é preterido nas promoções.

Cada vez mais isolado dos companheiros de caserna, passa por algumas fases místicas e começa a participar das reuniões secretas que originam a Conjuração Baiana. Acusado de ser um dos autores dos folhetos clandestinos que surgem na cidade, proclamando a República Baiense, é condenado à morte e enforcado.[2]

Papeis encontrados na casa de Luís Gonzaga

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No dia 23 de agosto de 1798 Luís Gonzaga é preso e são apreendidos diversos papeis em sua casa. Esses papeis demonstram um grande interesse pelos assuntos da fé, havendo também anotações do dia a dia, reflexões, promessas, petições, cartas, além de estudos sobre gramática, assuntos militares, fórmulas medicinais e copias de textos proibidos. Nos seus dias livres Luís buscava dedicar mais de dez horas do seu dia a leituras e estudos. Em meio a essa dedicação consta uma grande quantidade de orações e estudos religiosos, que ocupam a maior parte de seus cadernos.

Referências

  1. Souza, Daiane. «Herois da Revolta dos Búzios são homenageados em Salvador». Fundação Cultural Palmares. Consultado em 16 de fevereiro de 2023 
  2. a b c «Luis Gonzaga das Virgens». Impressões Rebeldes. Consultado em 16 de fevereiro de 2023 
  3. Tavares, Luís Henrique Dias (1 de dezembro de 1999). «O soldado Luís Gonzaga das Virgens». Estudos Avançados (37): 155–178. ISSN 1806-9592. Consultado em 16 de fevereiro de 2023 

JANCSÓ, István. A sedução da liberdade: cotidiano e contestação política no final do século XVIII. História da vida privada no Brasil : cotidiano e vida privada na América portuguesa. Tradução . São Paulo: Companhia das Letras, 1997. . . Acesso em: 21 ago. 2025.[1]

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  1. Jancsó, Instván (1997). História da vida privada no Brasil : cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras. pp. 388–470