Escudo Dalkon
O Escudo Dalkon era um dispositivo contraceptivo intrauterino (DIU) desenvolvido pela Dalkon Corporation e comercializado pela AH Robins Company. Descobriu-se que o escudo Dalkon causava ferimentos graves a uma percentagem desproporcionalmente grande das suas usuárias, o que acabou por levar a diversos processos judiciais, nos quais os júris concederam milhões de dólares em indemnizações compensatórias e punitivas.
No momento da sua introdução, o Escudo Dalkon foi promovido como uma alternativa mais segura em comparação com as pílulas contraceptivas, que na época eram objecto de muitas preocupações de segurança.[1] Os relatórios iniciais na literatura médica levantaram questões sobre se a sua eficácia na prevenção da gravidez e taxa de expulsão eram tão boas quanto as alegadas pelo fabricante, mas não detectaram a tendência do dispositivo em causar aborto séptico e outras infecções graves.[2]
Cerca de 200.000 mulheres fizeram reivindicações contra a empresa AH Robins, principalmente relacionadas a reivindicações associadas a doenças inflamatórias pélvicas e perda de fertilidade. A empresa acabou entrando em processo de falência. Os representantes da empresa argumentaram que as infecções pélvicas têm uma ampla variedade de causas e que o escudo Dalkon não era mais perigoso do que outras formas de controle de natalidade. Os advogados dos lesados argumentaram que as mulheres que eles representaram seriam saudáveis e férteis hoje se não fosse pelo dispositivo. Cientistas do CDC afirmaram que ambos os argumentos têm mérito.[3]
Referências
- ↑ Thomas Jr., Robert McG. (26 de outubro de 1996). «Hugh J. Davis, 69, Gynecologist Who Invented Dalkon Shield». The New York Times. Consultado em 11 de setembro de 2016
- ↑ «Clinical experience with the Dalkon Shield intrauterine device». Br Med J. 3: 143–5. 1973. PMC 1586323. PMID 4720765. doi:10.1136/bmj.3.5872.143
- ↑ Kolata, Gina (6 de dezembro de 1987). «THE SAD LEGACY OF THE DALKON SHIELD». The New York Times