WikiMini

Calheta de Nesquim

Calheta de Nesquim
Freguesia
Calheta de Nesquim
Calheta de Nesquim
Calheta de Nesquim
Brasão de armas de Calheta de Nesquim
Gentílico calhetense[1]
Localização
Localização no município de Lajes do Pico
Localização no município de Lajes do Pico
Localização no município de Lajes do Pico
Calheta de Nesquim está localizado em: Açores
Calheta de Nesquim
Localização de Calheta de Nesquim nos Açores
Coordenadas 38° 24′ 10″ N, 28° 04′ 46″ O
Região Açores
Município Lajes do Pico
Código 460101
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 15,85 km²
População total (2021) 318 hab.
Densidade 20,1 hab./km²
Código postal 9930 Calheta de Nesquim
Sítio https://freguesiacalhetadenesquim.com/
http://www.calhetadenesquim.freguesias.pt

Calheta de Nesquim é uma freguesia portuguesa do município de Lajes do Pico, com 15,85 km² de área[2] e 318 habitantes (censo de 2021)[3]. A sua densidade populacional é 20,1 hab./km².

Esta localidade situada na costa sul da ilha do Pico, a cerca de 18 km da sede do concelho, tem como freguesias limítrofes a Piedade, a leste, e as Ribeiras a oeste. O centro da freguesia, aninha-se entre a imensidão das rochas vulcânicas e a verdura dos campos, estendendo-se por vários aglomerados populacionais distintos: Foros, Cruz da Calheta, Jogo da Bola, Fetais da Calheta, Canada da Saúde, Canadas, Terreiro, Feteira.

Esta freguesia, que já aparece em documentos de 1506, foi o primeiro centro de baleação na ilha do Pico, facto que se deve a Anselmo Silveira da Silva (Calheta de Nesquim, Lajes do Pico, 1833 - 1912) vulgarmente denominado “Capitão Anselmo” foi uma importante figura ligada à caça à baleia na ilha do Pico e em vários locais da costa atlântica dos Estados Unidos, para onde partiu em 1851, como na altura se fazia, “de salto”, isto é fugiu à socapa das autoridades num navio baleeiro.

Com o desenvolver da atividade nasceu, em 1876, a primeira armação de caça ao cachalote.

Apesar de a caça à baleia ser atualmente proibida ainda é possível visitar as casas dos botes baleeiros usados na altura e a vigia usado para avistar a baleia no mar. Esta de botes, hoje recuperada, atualmente constitui-se num museu da atividade onde se podem encontrar botes autênticos da caça à baleia bem como fotografias dos antigos baleeiros da Calheta de Nesquim.

A agropecuária é hoje a sua principal fonte económica.

A Igreja de São Sebastião é a igreja paroquial da localidade e apresenta influências do estilo barroco.

Na freguesia existem as zonas balneares da Praia da Poça das Mujas e da Feteira de Baixo.

Guido de Monterey, descreve na sua obra: Ilha do Pico Majestade dos Açores, a Calheta de Nesquim da seguinte forma: “Calheta de Nesquim é uma das pérolas mais preciosas que encastoa o colar do Pico. Ali, a vista salta de lado para lado, tentando uma captação total do feitiço dimanante, numa freima de memoriar tanta graça, tanta ternura, tanta fulgurância. E que da-se, apática e ofuscada, no “Terreiro da Preguiça” a olhar, a reter, como se ali fora o Monte Tabor, como se ali a luz tivesse uma luminosidade mais intensa, uma antecipação beatífica. "Calheta de Nesquim, local onde se consubstanciou o ideal do belo, que se procura, tantas vezes, baldadamente…E onde se sente o evolar e o repercutir, em ar de mistério, da cantiga sigela, mas apaixonada[4]

Mapa

A população registada nos censos foi:[3]

População da freguesia de Calheta de Nesquim[5]
AnoPop.±%
1864 1 645—    
1878 1 211−26.4%
1890 1 141−5.8%
1900 1 054−7.6%
1911 867−17.7%
1920 784−9.6%
1930 791+0.9%
1940 891+12.6%
1950 941+5.6%
1960 907−3.6%
1970 727−19.8%
1981 605−16.8%
1991 492−18.7%
2001 417−15.2%
2011 343−17.7%
2021 318−7.3%
Distribuição da População por Grupos Etários[6]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 61 38 217 101
2011 38 36 171 98
2021 28 30 171 89

Mitos e lendas

[editar | editar código fonte]

Segundo reza uma história com laivos de lenda o nome desta localidade teve origem num dos costumeiros acontecimentos fortuitos da vida. Corria o século XVI, e bordejava a ilha do Pico um veleiro vindo do Brasil carregada de madeiras quando foi surpreendida durante a noite por uma forte tempestade. O barco ficou à deriva com o temporal e acabou por naufragar nas fragas da costa sul do Pico.

Da tripulação do barco somente três dos náufragos se conseguiram salvar. Informa a história que foram guiados pelos latidos do cão de bordo cujo nome era Nesquim. O Cão terá guiado os três homens com os seus latidos até uma pequena calheta levando ao seu salvamento. Em honra do cão que promoveu o salvamento destes três homens o local passou a designar-se “Calheta de Nesquim” e a formação rochosa de onde acedeu a terra, um morro costeiro próximo, passou a denominar-se Murricão e onde foi construído em Moinho de Vento.[7] Para honrar este acontecimento a Calheta de Nesquim usa um cão no seu Brasão de armas como forma de eternizar para todo o sempre o acontecimento.

A história informa-nos que estes três homens se chamavam João Redondo ou Rodolfo, João Valim e o capitão que dava pelo nome de Diogo Vaz Dourado.

Destes três homens, João Valim fixou moradia na Ribeira do Meio, João Redondo foi viver para a Madalena do Pico, enquanto Diogo Vaz Dourado, por seu lado foi viver para o lugar que mais tarde passaria a denominar-se Foros.[8]

Património construído

[editar | editar código fonte]
  • Anselmo Silveira da Silva, importante figura ligada à caça à baleia na ilha do Pico e em vários locais da costa atlântica dos Estados Unidos, para onde partiu em 1851, tendo anos depois voltado ao Pico,
  • Júlio Carias, (considerado por muitos como um médico pela forma como tratava muitos doentes na freguesia)
  • João Flores, (artesão de osso e dente de baleia)
  • Manuel Serafim, (deu formação musical, durante largos anos aos jovens da freguesia para serem integrados na filarmónica)
  • José Dias de Melo, (escritor muitos dos seus livros contam a história da baleação)[9]

Localidades da freguesia

[editar | editar código fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Calheta de Nesquim

Referências

  1. https://calhetadenesquim.freguesias.pt
  2. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  3. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  4. Guido de Monterey – Ilha do Pico Majestade dos Açores
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  7. Enciclopedia.com.pt
  8. Contosdeadormecer.wordpress.com
  9. Calhetadenesquim.freguesias
Ícone de esboço Este artigo sobre freguesias portuguesas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.