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Círculo Antifascista

Três Flechas
Três Flechas
Três Flechas
Adoção1932
Versões anteriores
Versão utilizada na Frente de Ferro
UsoEmblema oficial do Partido Social-Democrata da Alemanha e sua ala paramilitar, a Frente de Ferro; símbolo antifascista desenhado para descaracterizar a suástica.

O Círculo Antifascista (em alemão: Antifaschistischer Freundeskreis), também conhecido pela denominação Três Flechas (em alemão: Drei Pfeile), é um logo criado por Sergei Tchakhotine, ex-assistente do fisiologista Ivan Pavlov, em 1931[1][2][3] para a organização antifascista Frente de Ferro, pensado para que pusesse se sobrepor facilmente à suástica nazista.

Durante as eleições de novembro de 1932, as flechas se tornaram um símbolo oficial do partido, representado sua oposição ao monarquismo, nazismo e ao comunismo.[4]

Desde sua concepção, o símbolo já foi utilizado em diversos contextos por uma variedade de organizações sociais-democratas, socialistas e anti-fascistas.

Poster do Partido Social-Democrata da Alemanha com as três flechas contra o monarquismo ("Papen"), nazismo ("Hitler") e comunismo marxista-leninista ("Thälmann")

Uso na República de Weimar

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O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) era adversário tanto do Partido Nazista (NSDAP) quanto do Partido Comunista (KPD). Nesse contexto, o organizador do SPD, Carlo Mierendorff, recrutou o fisiologista russo exilado Sergei Tchakhotine como propagandista da organização paramilitar Frente de Ferro, e juntos desenvolveram iniciativas de propaganda para combater o NSDAP e o KPD no início de 1932. Juntos, lançaram as Três Setas como símbolo da militância social-democrata.[5] A Frente de Ferro era considerada uma "organização terrorista social-fascista" pelo KPD.[6]

Mierendorff e Chakhotin lançaram a campanha Três Setas contra a Suástica (Dreipfeil gegen Hakenkreuz)[3], com Chakhotin escrevendo um livro de mesmo nome[2]. As Três Setas foram interpretadas como representando a luta do movimento social-democrata contra o reacionarismo (referindo-se ao monarquismo), o comunismo e o fascismo.[7][8] Em um cartaz eleitoral amplamente utilizado e divulgado pelo SPD para as eleições do Reichstag de 6 de novembro de 1932, as Três Setas foram usadas para representar a oposição ao Partido Comunista, aos partidos monarquistas e ao Partido Nazista, acompanhadas pelo slogan "Contra Papen, Hitler, Thälmann".[9] As três setas também representavam as três vertentes da força da classe trabalhadora: política (representada pelo SPD), econômica (representada pelos sindicatos) e física (representada pela organização Estandarte Preto-Vermelho-Dourado do Reich, em alemão: Reichsbanner Schwarz-Rot-Gold).[10]

Tchakhotine ofereceu uma gama ainda mais ampla de significados, incluindo os três elementos do movimento (poder político/intelectual, força econômica, força física), as três qualidades exigidas dos combatentes (atividade, disciplina, união), bem como os ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, fraternidade). Ele também observou que "o número 3 aparece com tanta frequência na vida humana, nos pensamentos, na vida pessoal e na história, que se tornou uma espécie de 'número sagrado'."[11]

A estética da campanha e o símbolo das Três Setas em si foram inspirados na arte revolucionária da vanguarda soviético-russa.[3] Segundo Tchakhotine, sua inspiração para as Três Flechas foi uma suástica que havia sido riscada com giz em Heidelberg. De acordo com ele, as Três Flechas e a suástica deveriam sempre aparecer como se as primeiras estivessem sobrepostas à suástica, e não o contrário.[5] As Três Setas foram adotadas como símbolo oficial social-democrata pela liderança do SPD e pela Frente de Ferro em junho de 1932.[5] Os membros da Frente de Ferro carregavam o símbolo em suas braçadeiras.[12] O slogan "nem escravos de Stalin nem capangas de Hitler" também foi utilizado pelo SPD em conexão com o símbolo.[4]

Uso fora da Alemanha

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Símbolo do Partido Social Democrata que apresenta as três setas da social-democracia
Círculo antifascista, conforme utilizado pela Secção Francesa da Internacional Operária (SFIO).

As três setas, símbolo da social-democracia, são o símbolo do Partido Social Democrata português. Segundo o mesmo partido, as setas que constituem o símbolo do partido personificam os valores da solidariedade, igualdade e fraternidade, os três valores fundamentais da social-democracia, e que estiverem presentes na génese do partido. Já as cores das mesmas remetem para movimentos sociais do século passado. A seta negra representa a luta libertária e da liberdade, a seta vermelha lembra as lutas das classes trabalhadoras e dos seus movimentos de massa, e a seta branca aponta para os valores do homem, a tradição Cristã e humanista da Europa consubstanciada no Personalismo.

O símbolo foi mais tarde adotado pela Liga Socialista dos Jovens, formada em 1989 nos Estados Unidos, servindo de logo para a organização até sua dissolução em 2010.

Referências

  1. ↑ WITT, Friedrich-Wilhelm (1971). Die Hamburger Sozialdemokratie in der Weimarer Republik [Social-democracia em Hamburgo nos anos da República de Weimar, com consideração especial dos anos 1929/1930-1933]. Unter besonderer Berücksichtigung der Jahre 1929/30 - 1933 (em alemão). Hannover: [s.n.] p. 136 
  2. ↑ a b TCHAKHOTINE, Serguei (1933). Dreipfeil gegen Hakenkreuz [Três Flechas contra a Suástica] (em alemão). Copenhagen: [s.n.] 
  3. ↑ a b c Dr. Richard Albrecht, PhD., “Dreipfeil gegen Hakenkreuz” - Symbolkrieg in Deutschland 1932 (“Three Arrows Against the Swastika” - symbol war in Germany 1932". Historical Case-Study in Anti-Nazi-Propaganda Within Germany and Western Europe, 1931-35), pub. Janeiro de 2005
  4. ↑ a b POTTHOFF, Heinrich; FAULENBACH, Bernd (1998). Sozialdemokraten und Kommunisten nach Nationalsozialismus und Krieg: zur historischen Einordnung der Zwangsvereinigung [Sociais Democratas e Comunistas contra o Nacional Socialismo e a Guerra: Sobre a Classificação Histórica da União Forçada] (em alemão). [S.l.]: Klartext. p. 27. ISBN 3884746561 
  5. ↑ a b c WHITE, Dan S. (1992). Lost Comrades: Socialists of the Front Generation, 1918-1945 [Camaradas Perdidos: Socialistas da Geração do Front, 1918-1945] (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. pp. 94–95. ISBN 9780674539242 
  6. ↑ LOKATIS, Siegfried (2003). Der rote Faden (PDF). Kommunistische Parteigeschichte und Zensur unter Walter Ulbricht (PDF). 25. Colônia: Böhlau Verlag. p. 60. ISBN 3412046035. Cópia arquivada (PDF) em 11 de janeiro de 2024 
  7. ↑ «Drei Pfeile - Demokratiezentrum Wien». www.demokratiezentrum.org (em alemão). Consultado em 12 de fevereiro de 2025. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2019 
  8. ↑ «Bund Sozialdemokratischer FreiheitskämpferInnen, Opfer des Faschismus und aktiver AntifaschistInnen | Unser Zeichen» [Associação dos Combatentes da Liberdade Social-Democrata, Vítimas do Fascismo e Antifascistas Ativos | Nosso Símbolo]. Associação dos Combatentes da Liberdade Social-Democrata (em alemão). Consultado em 12 de fevereiro de 2025. Cópia arquivada em 12 de fevereiro de 2025 
  9. ↑ SPD poster for 1932 elections (em alemão)
  10. ↑ "Die Eiserne Front" Arquivado em 7 de outubro de 2011, no Wayback Machine. Bundesverband Reichbanner Schwarz-Rot-Gold, Bund Aktiver Demokraten e. V. (em alemão)
  11. ↑ TCHAKOTINE, Serguei (1940). The Rape of The Masses [O Estupro das Massas]. The Psychology of Totalitarian Political Propaganda (em inglês). [S.l.]: George Routledge & Sons, Ltd. pp. 105–106 
  12. ↑ FRANZ-WILLING, Georg (1982). 1933, die nationale Erhebung [1933, o censo nacional] (em alemão). [S.l.]: Druffel-Verlag. p. 20. ISBN 9783806110210