Abradato

Abradato ou Abradatas de Susã foi o governador da cidade de Susiana localizada no actual Irão, e que é mencionado na Ciropédia, alternativamente como inimigo e com aliado do rei Ciro, o Grande. Foi morto na guerra contra os lídios, e sua mulher Panteia, matou-se para não lhe sobreviver.

Espólio dos assírios

A esposa de Abradato estava entre os espólios que Ciro havia capturado dos assírios; ele não estava nesta batalha, pois havia sido enviado pelo rei da Assíria para negociar uma aliança com a Báctria.[1]

Ciro entregou a guarda da esposa a Araspes, um medo, seu amigo desde a infância,[2] e este ficou impressionado com a beleza dela, dizendo ser a mulher mortal mais bonita de toda a Ásia.[3] Araspes prometeu a Ciro que não faria nada com ela.[4]

Panteia e Araspes

Araspes, o encarregado de tomar conta de Panteia, se apaixonou por ela,[5][6] e fez propostas amorosas a ela.[6] Araspes foi rejeitado e ameaçou estuprar Panteia, e só então ela pediu ajuda a Ciro.[7] Ciro riu da situação, porque Araspes havia dito que era superior à paixão,[8] mas o perdoou, considerando que ele era parcialmente responsável, por colocá-lo como guardião de uma criatura irresistível.[9]

Reencontro de Abradato e Panteia

Ciro enviou Araspes como espião aos lídios, e pediu para ele contar seu caso com Panteia de forma que parecesse que ele teve um problema com Ciro.[10] Panteia, achando que Araspes era um traidor, prometeu que, se ela fosse devolvida a Abradato, este se tornaria um amigo de Ciro, ainda mais do que era Araspes.[11]

Abradato veio com mil cavaleiros para se juntar a Ciro,[12] e se reencontrou com Panteia, que contou como Ciro havia se contido.[13]

Morte

Na batalha de Timbra,[carece de fontes?] entre Ciro, o Grande e Creso, rei da Lídia, ele era um dos comandantes das forças persas.[14] Sua missão era fazer a carga contra as linhas inimigas,[14] e ele havia pedido para ficar na linha de frente contra os inimigos,[15] posição que ele conseguiu por sorteio.[16] Na batalha, seus inimigos fugiram depois da sua carga,[17] e Abradato penetrou na falange egípcia,[18] mas foi cercado e morto, junto de seus companheiros.[19]

Ciro, quando soube da morte de Abradato, foi ao seu funeral,[20] e pegou a mão do general, mas a mão havia sido decepada pelo pulso.[21] Sua esposa disse que o resto do corpo estava no mesmo estado, e que ele havia morrido deste modo para mostrar a Ciro que ele era um amigo fiel.[22]

Ciro deu vários presentes a ela,[23] mas Panteia se matou, jogando-se sobre uma adaga, que se cravou no seu coração.[24] Em seguida, três eunucos se mataram da mesma forma.[25]

Referências

  1. Xenofonte, Ciropédia, 5.1.3 [em linha]
  2. Xenofonte, Ciropédia, 5.1.2
  3. Xenofonte, Ciropédia, 5.1.7
  4. Xenofonte, Ciropédia, 5.1.17
  5. Xenofonte, Ciropédia, 5.1.18
  6. a b Xenofonte, Ciropédia, 6.1.31 [em linha]
  7. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.33
  8. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.34
  9. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.36
  10. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.42
  11. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.45
  12. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.46
  13. Xenofonte, Ciropédia, 6.1.47
  14. a b Xenofonte, Ciropédia, 7.1.9 [em linha]
  15. Xenofonte, Ciropédia, 7.1.15
  16. Xenofonte, Ciropédia, 7.1.16
  17. Xenofonte, Ciropédia, 7.1.29
  18. Xenofonte, Ciropédia, 7.1.30
  19. Xenofonte, Ciropédia, 7.1.32
  20. Xenofonte, Ciropédia, 7.3.6
  21. Xenofonte, Ciropédia, 7.3.8
  22. Xenofonte, Ciropédia, 7.3.10
  23. Xenofonte, Ciropédia, 7.3.11
  24. Xenofonte, Ciropédia, 7.3.14
  25. Xenofonte, Ciropédia, 7.3.15

Bibliografia

  • Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.
  • EXCAVATIONS AT CHOGHA BONUT: THE EARLIEST VILLAGE IN SUSIANA, IRAN.
  • Ciropedia.